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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Qual a diferença entre "other", "others" e "another"?

Qual a diferença entre "other", "others" e "another"?
Posted: 26 Dec 2010 06:00 PM PST
Extraído de INGLÊS NA PONTA DA LÍNGUA (EXCELENTE!)


O título da dica de hoje é uma pergunta frequente entre estudantes de inglês de nível pré-intermediário para cima. Vira e mexe, recebo um email, comentário, mensagem, etc., de alguém querendo saber sobre o momento certo para usar as palavras "other", "others" ou "another". Para isso vamos ver uma de cada vez; assim, quem sabe, a gente consegue evitar as confusões.

O primeiro caso é a palavra "other", cujo significado é "outro", "outra", "outros", "outras". Na maioria das vezes, essa palavra estará acompanhada com a palavra "the". Veja alguns exemplos:
  • That boy over there is Mike; the other is Carl. (Aquele garoto lá é o Mike; o outro é o Carl.)
  • The other car cost much less. (O outro carro custava muito menos.)
  • He raised one arm and then the other. (Ele levantou um braço e depois o outro.)
  • The other people are doing the same thing. (As outras pessoas estão fazendo a mesma coisa.)
  • Add the flour and the other ingredients. (Adicione a farinha e os outros ingredientes.)
Mas nem sempre será assim. Ou seja, "other" poderá ainda estar sozinho na sentença ou acompanhado de palavras como "some", "any", "my", "your", "his", etc., ou ainda um número:
  • I'll wear my other shoes - these are dirty. (Vou usar o meu outro sapato - esse está sujo.)
  • None of your other friends agreed. (Nenhum dos seus outros amigos concordou.)
  • Mrs. Silva has three other children. (A senhora Silva tem outros três filhos.)
  • Unfortunately, no other details were given. (Infelizmente, nenhum outro detalhe foi dado.)
  • I suggested going to the movies, but they had other plans. (Sugeri irmos ao cinema, mas elas tinham outros planos.)
  • Do you have any other questions? (Vocês têm outras dúvidas?)
A palavra "others" ("outros" ou "outras") é usada para evitar a repetição de palavras em uma sentença (conversa). O uso da palavra "the" na frente é opcional:
  • Some girls like reading books. Others prefer magazines. (Algumas garotas gostam de ler livros. Outras preferem revistas.)
  • One boy fell off his chair and the others laughed. (Um garoto caiu da cadeira e os outros riram.)
  • These books are mine. The others are yours. (Esses livros são meus. Os outros são seus.)
Aqui vale dizer que podemos usar a expressão "the others" com o mesmo sentido de "the other people" (as outras pessoas) ou "the other things" (as outras coisas):
  • If you tell Caroline, I'll tell the others. (Se você contar para a Caroline, eu conto pras outras.)
  • Márcia and Paula are coming, but the other aren't. (Márcia e Paula estão vindo, mas os outros não.)
Por fim temos a palavra "another", que significa "um outro" ou "uma outra". Se você observar nada mais é do que "an other" escrito junto. Aliás, as duas são escritas juntas - another - desde o século 16; portanto, faz muito tempo. Usamos "another" quando fazemos referência a algo que já foi mencionado na sentença (conversa):
  • My iPad is broken. I need to buy another. (Meu iPad está quebrado. Eu preciso comprar -um- outro.)
  • Would you like another drink? (Você quer -um- outro drinque?)
  • I'll cancel that check and send you another. (Vou cancelar esse cheque e te enviar -um- outro.)
Como eu sempre digo aqui no blog: você só perceberá a diferença entre palavras assim quando deixar de prestar atenção apenas a elas e começar a observar como elas são usadas em uma sentença ou junto com outras palavras.

Ou seja, ao invés de focar toda a atenção apenas em "other", "others" e "another", comece a prestar atenção no conjunto, nas palavras usadas antes de cada uma, aprenda uma sentença completa se for o caso... Enfim, só assim você se acostumará com o uso de cada uma ao longo do seu aprendizado de inglês.

Fique sempre de olho em exemplos. Eles ajudam muito a perceber como cada uma dessas palavras é usada.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010: As melhores Dicas de Inglês do Ano

Retrospectiva 2010: As melhores Dicas de Inglês do Ano
Posted: 16 Dec 2010 04:00 AM PST
BLOG TECLA SAP


Todo ano é a mesma coisa: vamos nos aproximando do fim do ano e as emissoras de TV começam a fazer suas restrospectivas. Todo mundo sabe do que estou falando, não é mesmo? Resolvi seguir a onda televisiva e fazer uma retrospectiva também. No entanto, nessa aqui vamos falar das melhores dicas de inglês do ano.

Para isso vou seguir dois critérios: as mais comentadas e as mais visitadas a cada mês de 2010. Apenas as dicas publicadas em 2010 estarão nessa lista. Assim, nossa retrospectiva fica mais interessante. A propósito, você que acompanha e compartilha as dicas do blog com frequência pode também dizer qual foi a melhor dica do ano em sua opinião. Para isso é só usar a área de comentários (clique aqui) ou publicar a sua lista em nossa página do Facebook. Que tal?

Bom! Agora vamos à nossa lista mês a mês. Para ler ou reler a dica é só clicar no título.
  1. 'Fluência em inglês!? Como!? Quando!? De que jeito!?' foi o destaque em janeiro. Nessa dica falamos sobre o sonho de todos os estudantes de inglês: ser fluente. Além disso abordamos a diferença entre 'fluência' e 'accuracy'.
  2. 'Can you give me a kiss?' foi de longe o mais intrigante em fevereiro. Texto no qual Amadeu Marques (autor de vários livros didáticos) aborda sobre um 'erro semântico' no comercial de uma conhecida escola de idiomas no Brasil.
  3. 'Texto em Inglês Para Iniciante: identificando os chunks' foi a bola da vez no mês de março. Uma dica simples para alunos e professores entenderem um pouco mais sobre chunks of language e como identificá-los em um texto de nível básico.
  4. 'Por que é difícil aprender as preposições em inglês?' repercutiu em abril por ser justamente uma pergunta frequente na internet. Uma dica que muita gente tem raiva, mas que é a mai pura verdade.
  5. Em maio vários textos estavam na ponta da língua dos leitores. Vale a pena dar uma olhada em todos, para isso clique aqui. No entanto, o que superou os demais foi aquele sobre como usar a expressão be used to.
  6. Junho foi o mês da copa e várias dicas estavam relacionadas ao futebol. As principais foram sobre como dizer em inglês palavra como 'carrinho', 'gol da vitória', 'cavar uma falta', 'frango', 'bolão' e 'goleada'. Mas um que causou risos nos leitores foi 'Como é que se diz cantada em inglês?'.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Os 10 erros mais comuns de quem estuda inglês

Tecla SAP - Dicas de inglês: Os 10 erros mais comuns de quem estuda inglês


Os 10 erros mais comuns de quem estuda inglês
Posted: 10 Dec 2010 12:33 PM PST
Por que aprender inglês parece ser um processo tão doloroso para algumas pessoas? Por que tanta gente desiste no meio do caminho? Não que seja fácil estudar inglês, mas, se você prestar atenção e não cometer os erros abaixo, tenho certeza de que vai evitar transtornos desnecessários e aumentar suas chances de sucesso no aprendizado da língua inglesa.

1. Achar que vai ser rápido


Talvez iludidos por propagandas enganosas que prometem fluência em poucas semanas, muita gente acaba caindo nesse conto do vigário e acha que vai sair falando fluentemente depois de algumas aulas. A ilusão é também motivada pela empolgação inicial de quem precisa falar inglês com urgência. É surpreendente o número de pessoas que só se dão conta de que precisam estudar em cima da hora. A motivação pode ser viagem ao exterior, entrevista de emprego ou prova importante, mas já passou da hora de você perceber que inglês não é pizza! Não existe disk-inglês que vai trazer o conhecimento quentinho e embrulhadinho na porta da sua casa! Cf. Erros Comuns: DISKCfDicas para se sair bem na entrevista em inglês.

2. Não definir uma meta

Os objetivos de quem estuda inglês variam bastante. Tem gente que estuda para desenvolver a leitura de, por exemplo, textos técnicos e pode até dispensar a fluência oral. Outros precisam ter um conhecimento mais amplo porque estão buscando uma promoção em uma empresa e precisarão fazer apresentações, participar de reuniões e até negociar em inglês. Há pesquisadores, por exemplo, cujo foco é a excelente redação em inglês para publicação de trabalhos em revistas científicas internacionais, entre muitos outros exemplos. O que você já deve ter percebido é que não devemos colocar alunos com interesses tão diferentes no mesmo “pacote”. Trace um plano detalhado para saber quais são as suas necessidades. O conceito de sucesso é relativo, pois varia de acordo com o objetivo de cada um. Aquilo que para mim é uma meta alcançada, para outra pessoa, pode significar, por exemplo, apenas a metade do caminho. O meu “inglês fluente” pode não ser o mesmo que o seu. Cf10 dicas infalíveis para quem quer aprender inglês.

3. Estabelecer prazo para “aprender” inglês

Nem todo mundo aprende no mesmo ritmo. É evidente que as velocidades de aprendizado são diferentes entre pessoas diferentes. Ainda assim, tem gente que insiste em perguntar: “Em quanto tempo se aprende inglês?”. Se as pessoas têm objetivos diferentes e ritmos de aprendizado diferentes, quem se arrisca a responder a pergunta acima corre um risco enorme de dar palpite furado. É importante, portanto, se dedicar com empenho total sem se impor prazos mirabolantes. Com o passar do tempo, você irá adquirir maior confiança para saber que ainda tem muito o que aprender! ;-) Mais sobre esse tema no item 4.

4. Achar que um dia acaba

Quando comecei a estudar inglês, aos 14 anos, achei que depois de um certo tempo eu poderia dizer para mim mesmo com orgulho: “Eu falo inglês!”. Na minha ingenuidade juvenil, eu acreditava que, depois desse dia, nunca mais precisaria estudar. Na pior das hipóteses, abriria o dicionário, mas bem de vez em quando. Com o amadurecimento, percebi que o aprendizado de uma língua estrangeira é processo que não tem fim, mesmo porque aquelas pessoas que já atingiram seu objetivo, terão que necessariamente fazer, no mínimo, um trabalho de manutenção para não esquecerem o que já aprenderam. Sem contar aqueles que, por uma ou outra razão, definem novos objetivos ainda mais ousados.

5. Não avaliar seu perfil de aluno

Recebo nos comentários do blog muitas perguntas do tipo: “É melhor estudar em escola ou com professor particular?”. A minha resposta é sempre a seguinte: “Depende!”. Tem gente que se dá melhor quando trabalha em grupo. Pode ser o estímulo dos colegas, o medo de ser o pior da classe, o instinto competitivo para ser o melhor da turma etc., tem gente que não encontra motivação se não trabalhar em grupo.
Há, por outro lado, pessoas que preferem a flexibilidade oferecida por um(a) professor(a) particular. A flexibilidade pode ser tanto de horário, pois é mais fácil a reposição de aulas e alterações repentinas de dia ou horário, quanto no método de ensino, principalmente se as aulas forem individuais. Nesse caso, o método e o material de aula poder ser totalmente personalizado para atender as suas necessidades.
Não podemos nos esquecer, é claro, do grupo dos autodidatas, principalmente nos dias de hoje em que há inúmeros recursos disponíveis na Internet (já ouviu falar do Tecla SAP?) para quem opta por essa alternativa.
Uma comparação grosseira pode ser feita com a atividade física. Explico: todo mundo sabe que devemos praticar atividades físicas, certo? O que é melhor: a academia, um personal trainer, ou correr sozinho no parque? É claro que tem gente que se adapta melhor a uma das três alternativas. A analogia pode ser útil para você saber se tem maior probabilidade de se dar bem estudando em uma escola, com um professor particular ou sozinho(a).
Há um teste muito interessante preparado por Ron Martinez, autor de “Como dizer tudo em inglês“, entre outros livros. O post “Artigo: CLASS OR NO CLASS?” é excelente para você tirar uma espécie de raio-X de seu perfil de aluno e tomar a decisão correta. O texto está em inglês e, infelizmente, não terá tanta utilidade para quem está começando do zero.

6. Achar que só frequentar as aulas vai ser suficiente

A carga horária típica oferecida por muitas escolas e muitos professores particulares também é de 3 horas semanais, em geral, em duas aulas de 1h30. É claro que há inúmeros outros formatos, mas a conclusão vale para todos as cargas horárias: os resultados não surgem, ou custam muito a surgir, se não houver a complementação do trabalho em sala de aula com atividades complementares. Esse assunto já foi tratado no post “Vocabulário: Exposição“. Livros, revistas, filmes, documentários, séries de TV, programas de entrevista, noticiário, enfim, tudo aquilo que represente uma exposição à língua estrangeira. Não se esqueça de que não importa o assunto, o essencial é que o tema seja algo do seu agrado. Leia também os textos “Aprender inglês com prazer é mais fácil” e “Como aprender inglês com as séries de TV“ para ver mais exemplos.

7. Culpar o método (ou o professor, a chuva, a lua, o vento…)

Não gosta do método da escola? Mude de escola. Não se adaptou com um professor particular? Troque de professor. Não adianta ficar procurando desculpa nos outros. Tenha a coragem de admitir que talvez você não tenha se dedicado como deveria ou talvez tenha estabelecido uma meta muita ambiciosa para a sua disponibilidade de tempo, podem ter surgido imprevistos que fizeram com que você tivesse que reorganizar sua agenda etc., ou seja, seja qual for o problema é preciso enfrentá-lo com determinação. Afinal de contas, quem não está aprendendo inglês é você! Aliás, não há nada de errado em recuar um pouco diante de um obstáculo, desde que você recobre as forças e volte ao ataque na primeira oportunidade!

8. Desistir quando não houver sinais aparentes de evolução

As primeiras semanas do curso de inglês costumam ser bem animadas. A empolgação dos primeiros dias, a vontade de aprender rápido, o incentivo da família e/ou do chefe etc., enfim, tudo favorece. Depois de algumas semanas, você, aos poucos, vai perdendo o entusiasmo. Aliás, você já deve supor que esse prazo varia bastante, pois, afinal de contas, você leu os ítens anteriores, não é mesmo? Inconscientemente, você se pergunta: “Por que está tão difícil?” “Por que está demorando tanto para aprender inglês?”. Pois bem, vou dar 2 avisos para você: 1) Não é fácil aprender uma língua estrangeira. e 2) Aprender inglês demora mesmo. Embora a evolução possa estar de fato acontecendo, para quem aprende é muito difícil ter a noção desse progresso. É nessa hora que a maioria desiste dizendo coisas do tipo: “Não adianta, não consigo aprender inglês.”, “Inglês não é para mim!” etc. ou então alguma outra desculpa para culpar o método, como as descritas no item 7.
Portanto, ponha na sua cabeça: o negócio é lento! Não adianta pressa. Aprender inglês não é como comprar pastel na feira. Até que os transplantes de cérebro sejam rotina, aprender língua estrangeira vai continuar exigindo tempo, dedicação e muita força de vontade. And there are no two ways about it! [E não tem outro jeito!] Prepare-se para esse período “baixo astral” e repita para si mesmo: “É normal, vai passar!”. Acredito que com esse grau de conscientização, você terá maior probabilidade de enfrentar essa dificuldade. CfAtitude: Persistência

9. Dar passo maior que a perna

Se, por outro lado, a coisa não está rolando, é melhor não forçar. Quem não admite para si mesmo que não está 100% a fim de aprender inglês e continua insistindo corre o risco de criar um trauma que pode prejudicar tentativas futuras de estudo da língua. Faça uma avaliação sincera e cuidadosa sobre suas reais condições de estudar inglês e todas as suas implicações, ou seja, investimento de tempo, esforço e, é claro, dinheiro. Será que você não tem outras prioridades no momento? Tem uma carga de trabalho e/ou estudo muita intensa nesse ano/semestre/mês? Está passando por alguma outra dificuldade que consome toda a sua energia? Enfim, se a hora não é a mais adequada, reveja a sua programação! Às vezes, é melhor guardar as suas forças para outro momento, do que tentar abraçar o mundo. Faça uma reflexão sincera e só entre nessa empreitada se realmente chegar à conclusão de que ela está dentro das suas possibilidades. Lembre-se de que aprender inglês não é para quem só precisa; é para quem precisa, quer muito e tem condições adequadas. Cf. Atitude: IT’S THE ATMOSPHERE!

10. Não assinar o Tecla SAP! ;-)

Embora possa parecer, o título deste último item não é brincadeira! É lógico que não se trata apenas de um “merchan” escancarado. A recomendação é para você assinar mesmo para receber gratuitamente as atualizações do blog porque as dicas práticas enviadas em doses homeopáticas propiciam momentos de aprendizado e descontração, tão necessários para a garantia da evolução no estudo da língua inglesa. Em outras palavras, essa é outra maneira de você ter  maior exposição ao idioma, como vimos no item 6. Você pode escolher receber as dicas por E-mailRSSTwitter ou Facebook e deixar seu inglês sempre em forma.
Não deixe de conhecer também outros blogs educacionais que oferecem conteúdo para você aperfeiçoar seu inglês. A lista a seguir contém apenas algumas sugestões. Há muita informação sobre vários temas na internet. Em ordem alfabética Adir Ferreira IdiomasAna ScatenaEnglish ExpertsGrammar GirlInglês na Ponta da LínguaInglês OnlineThe English Blog, entre outros. Se você conhecer outros blog e/ou sites que estão em seus favoritos, deixe, por favor, sugestão nos comentários. Obrigado.

Speak up! I’m listening…

Você se identificou com uma das situações acima? Qual? Mais de uma? Quais? Por favor, relate sua história para que mais gente também possa se beneficiar de sua experiência e, quem sabe, não cometer os mesmos equívocos. Ficou faltando algum erro comum e/ou importante que eu me esqueci de incluir acima? De novo, peço a sua ajuda para, juntos, deixarmos o texto mais útil e relevante para os leitores do blog. Muito obrigado!


 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Collocations

Como aprender ou colocar em prática os tais collocations?
Posted: 09 Dec 2010 04:15 AM PST
Inglês na Ponta da Língua (BLOG)


No final dessa dica você saberá mais sobre a promoção dos ebooks que só vai até amanhã. Não perca a oportunidade de concorrer aos três livros do Denilso autografados.
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Uma pergunta que recebo com certa frequência aqui no blog é "Como aprender ou colocar em prática os tais collocations?". No livro "Por que assim e não assado? O guia definitivo de collocations em inglês" dou várias dicas sobre isso para estudantes e professores de inglês. Caso você ainda não tenha o livro, vou dar abaixo algumas dicas gerais para facilitar a sua vida.

Antes anote aí outros textos aqui no blog que contém inúmeras dicas sobre collocations:
Há vários textos com exemplos de collocations no blog. Portanto, dê uma boa olhada que você encontrará algo que o atraia. Algumas sugestões: bill, car, motorcycle, money, computer.

Para por as combinações comuns de algumas palavras em prática é preciso tempo e paciência. Não adianta pegar uma lista de combinações, decorar todas e achar que vai aprender da noite para o dia. Um resumo das dicas que dou no livro de collocations é o que segue abaixo:
  1. Escolha algumas das combinações com uma palavra chave e procure por exemplos na internet (Google). Detalhe: escolha três ou quatro combinações que sejam interessantes para você; nada de fazer uma lista com mais de 05 (cinco).
  2. Copie os exemplos para o seu caderno de vocabulário e veja como as combinações escolhidas são usadas. Tente também criar seus próprios exemplos;
  3. Leia e releia os exemplos que você encontrou, ou criou, em voz alta. Repita quantas vezes achar necessário.
  4. Depois, tente repetir as sentenças (exemplos) sem ter de lê-las no caderno, ou seja, procure repeti-las de memória. Isso estimula o seu cérebro a aprender toda a sequência e não apenas uma palavrinha ou outra.
  5. Revise e releia essas sentenças em intervalos diferentes de tempo. Comece com intervalos de um dia e depois de dois dias. Com o tempo dê mais atenção àquelas que você tem mais dificuldades e esquece com facilidade.
  6. Reescreva os exemplos (à mão mesmo) sem olhar para o modelo (a sentença) original em seu caderno. Procure reescrever de memória.
Se você se acostumar a fazer isso ao longo dos seus estudos de inglês, seu vocabulário melhorará e muito. São seis dicas simples e que não machucam ninguém (só os preguiçosos!). Esse é o segredo para aprender e praticar os collocations: nada de preguiça, muita paciência e dedicação. Só assim você vai pra frente.
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domingo, 5 de dezembro de 2010

'Melhores professores de inglês não são britânicos nem americanos', diz linguista

'Melhores professores de inglês não são britânicos nem americanos', diz linguistaPara David Graddol, o ideal é que o docente fale a mesma língua do aluno.
Especialista diz que o ensino do idioma no Brasil tem décadas de atraso.

Fernanda Calgaro
Do G1, em São Paulo
Melhores professores de inglês não são necessariamente os nativos. Ao contrário do senso comum, o melhor professor de idiomas não é o nativo, mas aquele que fala também a mesma língua do aluno. A vantagem desse profissional está na capacidade de interpretar significados no idioma do próprio estudante. Com a hegemonia ameaçada no caso do inglês, professores americanos e britânicos devem reavaliar a maneira como ensinam o idioma.



As conclusões fazem parte de duas pesquisas desenvolvidas pelo lingüista britânico David Graddol, 56 anos, a pedido do British Council, órgão do governo do Reino Unido voltado para questões educacionais.


No Brasil para participar de seminários sobre língua estrangeira, ele avalia que o ensino do inglês nas escolas brasileiras está muitas décadas atrasado em relação a outras nações e sugere que o país aproveite os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo para tentar correr atrás do prejuízo.


Durante 25 anos, Graddol foi professor da renomada UK Open University e atualmente é diretor da The English Company e editor da Equinox Publishing. Ele prepara um terceiro estudo, este focado mais na Índia, que será publicado até o final do ano. Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida ao G1.



G1 – Qual o perfil ideal de um professor de idiomas?
David Graddol - O melhor professor é aquele que fala a língua materna de quem está aprendendo o idioma. Também é preciso ser altamente capacitado e ter um ótimo domínio do idioma, claro.





Muitas pessoas ainda pensam que os melhores professores são os nativos. Minha opinião é que elas estão erradas"
G1 - O sr. considera então que os professores nativos estão perdendo terreno para outros que falam também a língua do aluno?
Graddol - Sim e não. O que acontece é que, usando uma metáfora, o bolo geral está crescendo, porque atualmente há cerca de 2 bilhões de pessoas aprendendo inglês ao redor do mundo. O fato de o Reino Unidos e os EUA estarem perdendo essa fatia de mercado é enganoso, porque a participação deles também está crescendo. No entanto, o bolo está crescendo mais e mais rápido. Em muitos países, há reminiscências românticas acerca do ensino de inglês. Muitas pessoas ainda pensam que os melhores professores são os nativos. Elas pagam inclusive a mais por isso. No entanto, minha opinião é que estão erradas. O que deve ser mudada é a maneira como o inglês é ensinado.


G1 - Como assim?
Graddol - O inglês passou a ser encarado como uma necessidade. Muitos países se relacionam e fazem negócios entre si por meio do inglês, sem que nenhum deles tenha o inglês como primeiro idioma. Em muitos lugares, o inglês deixou de ser ensinado como língua estrangeira, como na Cinha e Índia, onde o inglês passou a ser considerado uma habilidade básica. Nesses países, os estudantes começam a aprender o idioma já nos primeiros anos escolares. A ideia é que mais tarde, quando atingirem o ensino médio, passem a ter aulas de outras disciplinas por meio do inglês. Historicamente, falar uma língua estrangeira era sinal de status. Agora, o que acontece é que as pessoas estão genuinamente tentando universalizar o idioma.



saiba mais
Inglês passa a ser obrigatório para crianças a partir dos 6 anos no Rio Confira aulas em vídeo com dicas de gramática de inglês Até início das aulas, maioria dos estados não terá espanhol na rede pública
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G1 - O uso do inglês como “lingua franca” [quando um idioma é utilizado por pessoas que não tenham a mesma língua nativa] pode modificar o seu ensino?
Graddol - Há certas coisas que se tornaram comuns e que parecem uma nova variedade de inglês. E nós acabamos nos habituando a esse novo uso. São coisas simples, como a maneira em que as palavras são soletradas e todas as vogais, faladas. Muitas das vogais, nós, nativos da língua, substituiríamos por um único som. Essas peculiaridades, que não necessariamente devem ser consideradas erros, precisam ser levadas em conta no ensino desse inglês global.


G1- Como avalia o crescimento da demanda pelo ensino de inglês?
Graddol - O que está acontecendo é que, desde a década de 90, houve um aumento gradativo de pessoas aprendendo inglês e atualmente cerca de 2 bilhões de pessoas estudam o idioma. No entanto, nos próximos anos, a expectativa é que haja um declínio nessa demanda.





Foto: Fernanda Calgaro/G1 David Graddol defende que o Brasil aproveite as Olimpíadas e a Copa para ensinar inglês à população (Foto: Fernanda Calgaro/G1)G1 - Como se explica essa previsão de declínio?
Graddol - As pessoas que hoje estão no ensino fundamental e aprendendo o idioma chegarão ao ensino médio ou superior já sabendo inglês. Em muitos países da Europa, quando chegam nesse ponto, esses alunos começam a ter aulas de diferentes disciplinas em inglês. Então, deixam de ser estudantes de inglês e passam a ser usuários da língua. Eles não têm mais um professor de inglês, mas um professor de geografia, por exemplo, que dá aulas em inglês. Esse declínio não significa que menos pessoas estejam usando inglês, mas que o inglês, ensinado no ensino fundamental, começa a fazer parte da alfabetização básica.


G1 - Que idiomas podem representar uma ameaça ao inglês? Mandarim é um deles?
Graddol - O mandarim não é uma ameaça. Certamente que tem crescido em popularidade, mas faz parte de um pensamento antigo, quando se achava que uma língua cresceria à custa de outra. No entanto, ambas podem crescer juntas, assim como outros idiomas.





A internet tem uma diversidade de línguas, mas o inglês acaba então sendo mais comum nos fóruns on-line de discussão e em relatórios técnicos"
G1 - Qual o impacto da internet no uso do idioma?
Graddel - A internet é outro bolo que tem crescido cada vez mais rápido. E nela são usadas mais línguas do que antes. É um lugar que acolhe línguas menores. Meu nome é galês e, se fizer uma pesquisa no Google sobre mim na internet, aparecerão diversas páginas escritas em galês. Isso é surpreendente porque, de repente, percebemos que há um universo paralelo na internet. E o mesmo acontece com o catalão. E muitas vezes não tomamos conhecimento disso porque uma página num idioma não tem link para páginas em outro idioma. A internet tem uma diversidade de línguas, mas o inglês acaba então sendo mais comum nos fóruns on-line de discussão e em relatórios técnicos.


G1 - O ensino do inglês é bastante rentável para os países onde a língua é falada.
Graddol - Os ganhos com o aprendizado do inglês não vêm só dos cursos de inglês mas também dos estudantes internacionais que vão para as universidades nesses países para terem aulas em inglês. Então, esse é outro tipo de exportação que pode ser creditada ao inglês.


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O Reino Unido passou a disputar alunos de inglês não só com competidores tradicionais, como os EUA, mas também com outros países da Europa
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G1 - A crise global afetou em algum aspecto o ensino do inglês?
Graddel - A crise global foi positiva para o setor porque provocou a desvalorização da libra esterlina e deixou o Reino Unido mais atrativo. O que aconteceu é que o Reino Unido deixou de disputar esses alunos com competidores tradicionais, como os EUA, a Austrália e, em certa medida, a Nova Zelândia. Agora, estamos perdendo para universidades na Europa, que têm cursos de diversas áreas que são dados em inglês. Um aluno coreano, por exemplo, pode estudar direito na Alemanha e ter aulas em inglês, além de estar bem no centro da União Europeia e quem sabe até aprender um pouco de alemão. Para ele, o ganho acaba sendo maior.



G1 - O ensino do inglês deve começar nos primeiros anos escolares? As crianças obtêm resultados mais consistentes?
Graddol - Diversos aspectos devem ser considerados. É possível começar a estudar inglês mais tarde. No entanto, se esse início for com 11 anos de idade, por exemplo, o número de horas dedicadas ao idioma precisa ser mais intenso, com, no mínimo, cinco ou seis horas. E esse ensino tem que ser bastante eficiente, que contemple o desenvolvimento de diversas habilidades da língua.



G1- Existe então uma idade ideal para começar a aprender inglês?
Graddol - Não. Na verdade, há vantagens e desvantagens em quase todas as idades. Conheço adultos que, com meia hora de estudo, têm rendimento maior do que uma criança justamente por causa da sua experiência adquirida ao estudar idiomas. Há vários outros aspectos a serem levados em conta. Um é que é muito mais fácil criar, numa sala de aula, um ambiente que motive as crianças a aprenderem. Elas aprendem quase sem perceber. No entanto, o principal argumento talvez seja que, como nem todas as escolas conseguiriam destinar um dia da semana de uma turma de alunos de 11 anos para ensinar inglês, o melhor é começar cedo. Assim, é possível obter um progresso gradativo, que permita ao estudante chegar no ensino médio falando inglês.


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No Brasil, o inglês é ainda visto como uma língua estrangeira
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G1 - Como avalia a situação do Brasil em relação ao ensino e uso do inglês?
Graddol - No Brasil, o inglês é ainda visto como uma língua estrangeira. Em muitos outros países, as coisas avançaram muito rapidamente e não é mais visto como uma língua estrangeira. O Brasil parece estar muitas décadas atrás do resto do mundo em termos de inglês. O que está sendo feito aqui não é suficiente para produzir pessoas realmente fluentes em inglês. As escolas estão falhando ao ensinar inglês e isso é uma ótima noticia para o setor privado. As famílias que tiverem condição de bancar os estudos mandarão seus filhos para escolas de idiomas, o que gera a divisão social.



G1 - As Olimpíadas e a Copa do Mundo podem ser oportunidades para o Brasil correr atrás desse prejuízo?
Graddol - Certamente. Foi o que a China tentou fazer, usou as Olimpíadas como uma justificativa para implantar programas de melhoria de conhecimento de inglês para a população de Pequim. Foram estabelecidas metas. E é isso que o Brasil deveria fazer, porque, se não se estabelece metas, não se sabe onde quer chegar nem se você chegou lá.


G1 - E deu certo na China?
Graddol - Entre as metas estabelecidas na China, havia algumas em relação a policiais e taxistas, por exemplo. Mas devo dizer que não deram muito certo. Como alternativa, puseram uma maquininha dentro dos táxis que emitia a tarifa da corrida para facilitar a vida do turista. No caso do Brasil, o país deve ao menos tentar garantir que os funcionários de hotéis falem bem o inglês. E as metas precisam ser estabelecidas já, porque as mudanças levam tempo.



http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1368465-5604,00.html

sábado, 20 de novembro de 2010

Profissões em inglês

Posted: 19 Nov 2010 03:20 PM PST

Ulisses Wehby de Carvalho

Esta é uma lista com as principais profissões e suas traduções para português. Você já deve saber que acrescentamos “ER” aos verbos para formarmos o nome das profissões em inglês. No post “Como dizer ‘cozinheiro’ e outras profissões em inglês“, essa “regrinha” é ensinada com mais detalhes. Embora haja muitos exemplos na relação abaixo que comprovam esse tipo de formação, é claro que há várias exceções.

Não encontrou o que estava procurando ou quer sugerir a inclusão de alguma profissão? Deixe um comentário abaixo. Se tiver dúvida sobre a pronúncia de alguma delas, consulte um bom dicionário online. No texto “Pronúncia em Inglês – Como Achar“, você encontra várias sugestões.

A tradução das profissões está no masculino. Estão marcados com um asterisco (*) os casos em que há uma palavra para cada gênero em inglês.

ACCOUNTANT = contador
ACTOR* = ator
ACTRESS* = atriz
ADMINISTRATOR = administrador Cf. Falsos Cognatos: ADMINISTRATION
ANTHROPOLOGIST = antropólogo
ARCHITECT = arquiteto
ASTRONAUT = astronauta
ASTRONOMER = astrônomo
ATHLETE = atleta
BABYSITTER, BABY-SITTER, SITTER, NANNY (AmE) = babá
BAKER = padeiro
BANK CLERK = bancário
BANKER = banqueiro; bancário
BANK TELLER = caixa de banco
BARBER = barbeiro
BARISTA = barista (quem tira café em casas especializadas)
BARTENDER = barman
BELLHOP, BELLBOY = mensageiro (em hotel)
BIOLOGIST = biólogo
BLACKSMITH = ferreiro
BRICKLAYER, MASON = pedreiro
BROKER = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de imóveis)
BUTCHER = açougueiro
BUTLER, MAJOR-DOMO = mordomo
CABDRIVER, CAB DRIVER, TAXI DRIVER, CABBY, CABBIE = taxista
CABINET-MAKER = marceneiro
CARPENTER = carpinteiro

CARTOONIST = cartunista
CATTLE BREEDER, CATTLE RAISER, CATTLE FARMER, CATTLE RANCHER = pecuarista
CASHIER = caixa
CHEF = chef Cf. Falsas Gêmeas: CHIEF x BOSS x CHEF
CHEMIST (BrE) = farmacêutico
CHEMIST (AmE) = químico
CLERK = auxiliar de escritório
COACH = treinador, técnico esportivo
COBBLER = sapateiro
COMEDIAN = comediante
COMMENTATOR = comentarista (rádio e TV)
COMPOSER = compositor
COMPUTER PROGRAMMER = programador
CONFERENCE INTERPRETER = intérprete de conferência Cf. Tradução Simultânea
CONTRACTOR = empreiteiro
CONSULTANT = consultor
COOK = cozinheiro
DANCER = dançarino
DENTIST = dentista
DESIGNER = designer, projetista, desenhista
DOCTOR, MEDICAL DOCTOR, PHYSICIAN = médico Cf. Falsos Cognatos: PHYSICIAN
DOORMAN = porteiro
DRIVER = motorista, piloto de automóvel Cf. Vocabulário: Piloto
ECONOMIST = economista
EDITOR = editor; revisor
ELECTRICIAN = eletricista
ENGINEER = engenheiro, maquinista Cf. Falsos Cognatos: ENGINEER
FARMER = fazendeiro; produtor rural; agricultor
FILMMAKER = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
FISHERMAN = pescador
FLIGHT ATTENDANT = comissário de bordo
FOREMAN = capataz; encarregado
GARBAGEMAN (AmE); DUSTMAN (BrE) = lixeiro Cf. Como se diz “lixeiro” / “gari” em inglês?
GARDENER = jardineiro
GEOGRAPHER = geógrafo
GEOLOGIST = geólogo Geographer Geógrafo(a)
GRAPHIC DESIGNER = designer gráfico Cf. Falsos Cognatos: GRAPHIC
GRAVEDIGGER = coveiro
GUIDE = guia
HAIRDRESSER, HAIRSTYLIST = cabeleireiro
HEADMASTER, PRINCIPAL (AmE) = diretor (de escola) Cf. Falsos Cognatos: PRINCIPAL
HISTORIAN = historiador
HOUSEWIFE = dona de casa
ILLUSTRATOR = ilustrador
INTERIOR DESIGNER = designer de interiores, decorador
INTERPRETER = intérprete Cf. Tradução Simultânea
JAILER = carcereiro
JANITOR, SUPERINTENDENT, CUSTODIAN = zelador
JOURNALIST = jornalista
JEWELLER (BrE), JEWELER (AmE) = joalheiro
JUDGE = juiz (de direito)
LAWYER = advogado
LIBRARIAN = bibliotecário
LIFEGUARD = salva-vidas
LOCKSMITH = serralheiro
MAID = empregada doméstica
MALE NURSE = enfermeiro
MANAGER = gerente
MATHEMATICIAN = matemático
MECHANIC = mecânico
MEDIC = militar do Serviço de Saúde; médico Cf. Falsos Cognatos: MEDIC
MINER = mineiro
MILKMAN = leiteiro
MODEL = modelo
MUSICIAN = músico
NANNY (AmE) = babá
NURSE = enfermeiro, enfermeira
OCCUPATIONAL THERAPIST = terapeuta ocupacional
OPTICIAN, OPTOMETRIST = oculista
PAINTER = pintor
PALEONTOLOGIST = paleontólogo
PARAMEDIC = paramédico
PERSONAL TRAINER = personal
PHILOSOPHER = filósofo
PHOTOGRAPHER = fotógrafo
PHYSICIST = físico Cf. Falsos Cognatos: PHYSICIAN
PHYSIOTHERAPIST = fisioterapeuta
PILOT = piloto (menos de automóvel), prático Cf. Vocabulário: Piloto
PLAYWRIGHT = dramaturgo
PLUMBER = encanador, bombeiro (RJ)
POET = poeta
POLICE OFFICER, OFFICER, CONSTABLE = policial
POLITICIAN = político
PORTER = porteiro
POSTMAN, MAILMAN = carteiro
PRODUCER = produtor (em geral artístico)
PROFESSOR = professor (universitário) Cf. Falsas Gêmeas: TEACHER x PROFESSOR
PROOFREADER = revisor
PSYCHIATRIST = psiquiatra
PSYCHOLOGIST = psicólogo
PUBLISHER = editor
REAL ESTATE AGENT, REALTOR = corretor de imóveis
RECEPTIONIST = recepcionista
REFEREE = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análise de artigos científicos)
REPORTER = repórter
RESEARCHER = pesquisador
SAILOR, SEAMAN = marinheiro
SALESMAN* = vendedor
SALES REPRESENTATIVE, SALES REP = vendedor
SALESWOMAN* = vendedora
SCIENTIST = cientista
SCREENWRITER = roteirista
SCULPTOR = escultor
SEAMSTRESS = costureira
SECRETARY = secretária Cf. Falsos Cognatos: SECRETARY
SHOPKEEPER (AmE), STOREKEEPER (BrE), SHOP OWNER, MERCHANT = lojista, comerciante
SINGER, VOCALIST = cantor
SOCIAL WORKER = assistente social
SPEECH THERAPIST = fonoaudiólogo
STATISTICIAN = estatístico
SYSTEMS ANALYST = analista de sistemas
TAILOR = alfaiate
TEACHER = professor Cf. Falsas Gêmeas: TEACHER x PROFESSOR
OPERATOR = operador
OPERATOR, TELEPHONE OPERATOR = telefonista
TELLER = caixa (geralmente de banco)
TRADER = trader, operador (em bolsa de valores)
TRANSLATOR = tradutor
TRAVEL AGENT = agente de viagens
TREASURER = tesoureiro
VALET = manobrista
VET, VETERINARIAN = veterinário
WAITER* = garçom
WAITRESS* = garçonete
WELDER = soldador
WRITER = escritor
ZOOLOGIST = zoólogo

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

English Experts: Manual de sobrevivência ao Telefone em inglês

www.englishexperts.com.br

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Manual de sobrevivência ao Telefone em inglês

Posted: 18 Nov 2010 01:36 PM PST

Hi there, folks! Há um tempo falei sobre a utilização de inglês em situações improváveis. A leitora Viviane então comentou que, certo dia, enquanto estava trabalhando, transferiram para ela uma ligação em inglês (a phone call was put through to her), cujo assunto nada tinha a ver com o serviço dela, mas que precisava ser resolvido – e foi resolvido por ela. Creio que isso tenha se tornado cada vez mais comum no mercado globalizado em que a gente vive; não é novidade que empresas estrangeiras encontrem contatos na Internet e liguem diretamente para… o seu ramal!

Para não ser pego de surpresa, seguem algumas sugestões de expressões comuns em ligações telefônicas:

Alô, poderia falar com o senhor Silva? (Hello. May I talk with/to Mr. Silva, please?)
É ele mesmo. (This is Silva speaking. / This is he.) Obs.: In American English, ‘This is he’ is the usual way that a man replies on the telephone when someone asks to speak to him: “May I speak with John?” “This is he”. Source: Macmillan Online Dictionary
É a Renata falando. Em que posso ajudar? (This is Renata speaking. May I help you?)
Desculpe, pode repetir seu nome? (I’m sorry – could I have your name again?)
A Susan não está no escritório hoje. (I’m afraid Susan is not in today.)
Você poderia ligar mais tarde? (Would you mind calling again later?)
Desculpe, foi engano. (Sorry, wrong number.)
Poderia falar mais alto, por favor? A ligação está ruim. (Could you speak louder, please? It’s a bad line.)
Por favor aguarde, estou transferindo a ligação. (Please hold the line, I’m putting you through.)
Gostaria de deixar algum recado? (Would you like to leave a message?)
Por favor peça para ele me ligar assim que possível. (Please ask him to call me back as soon as possible.)
É a senhora Helen na linha três. (This is Ms. Helen on line (number) three.)
Ele desligou na minha cara. (He hang up on me.)
O telefone estava fora do gancho. (The telephone was left off the hook.)
Não consegui completar a ligação. (I couldn’t get through.)
A ligação caiu. (I got cut off.)
Quem era (ao telephone)? (Who was it (on the telephone)?)

Important sites to study English

Alguns sites para vocês explorarem aos poucos.



English Experts www.englishexperts.com.br
Falar Inglês é Dez http://falaringlesedez.blogspot.com/
Free demo to create avatars... http://www.oddcast.com/home/demos/tts/tts_example.php
Inglês na Ponta da Língua http://denilsodelima.blogspot.com/
Language Exchange Community... (CHAT) www.sharedtalk.com
Randall's ESL Cyber Listeni... (Listening) www.esl-lab.com
Tecla SAP http://www.teclasap.com.br/blog/

terça-feira, 26 de outubro de 2010

The United States Is... Or Are?

The United States Is... Or Are?
July 3, 2009
By Ben Zimmer

Before the war, it was said "the United States are." Grammatically, it was spoken that way and thought of as a collection of independent states. And after the war, it was always "the United States is," as we say today without being self-conscious at all. And that sums up what the war accomplished. It made us an "is."

domingo, 3 de outubro de 2010

"Pai e mãe coruja" em inglês

“Como é que se diz "pai coruja" em inglês?” e mais 2 dicas



Antes de dar a dica sobre como dizer "pai coruja" ou "mãe coruja" em inglês, devo explicar o que isso significa. Afinal, tenho leitores de várias partes do mundo que acompanham as dicas do blog para aprender português. Isso mesmo! Vários estrangeiros tiram proveito das dicas dadas aqui para aprender o português falado aqui no Brasil. Portanto, segue abaixo uma breve explicação sobre pai ou mãe coruja.


Os termos "pai coruja" e "mãe coruja" referem-se a um pai ou mãe que "demonstra explicitamente sua admiração por seus filhos". Ou seja, uma "mãe coruja" é aquela que protege excessivamente seus filhos, em público demontra o grande amor aos filhos, fala dos filhos a todo instante demonstrando o amor e admiração que tem por eles. O "pai coruja" é a mesma coisa.

Em inglês, o termo usado para descrever esse pai ou mãe é "doting father" e "doting mother". Claro que pode ser também "doting dad" e "doting mom". Veja abaixo alguns exemplos tirados de noticiários americanos e ingleses:

She really is a doting mom, isn't she? [Ela é mesmo uma mão coruja, não é?]
Katie is a doting mom. She'd never do her kids any harm. [Katie é uma mãe coruja. Ele jamais faria algum mal à seus filhos.]
Doting dad gave up his dream for his son. [Pai coruja abre mão de seus sonhos em prol do filho.]
Hugh Jackman is a doting dad. [Hugh Jackman é um pai coruja.]
He was a wonderful husband and a doting father. [Ele era um esposo nota dez e um pai coruja.]
A palavra "doting" vem do verbo "dote", cujo significado é "to love someone very much and show this". Em português, equivale a dizer "ser louco por alguém" ou "adorar alguém". Veja alguns exemplos:

He dotes on his six-year-old niece. [Ele é louco pela sobrinha de seis anos.]
Everyone doted on Sally, the only girl in the family. [Todo mundo adorava a Sally, a única garota na família.]
I dote on my children. [Eu adoro os meu filhos. | Eu sou louco por meus filhos.]
She absolutely dotes on the grandchildren. [Ela é louca pelos netinhos.]
Para encerrar anote aí que podemos dizer ainda: "doting grandma" (vó coruja), "doting aunt" (tia coruja), "doting uncle" (tio coruja), etc.

Símbolos Fonéticos

English Experts: Curso Rápido de Símbolos Fonéticos, com download


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Curso Rápido de Símbolos Fonéticos, com download






O alfabeto fonético internacional (em inglês IPA, International Phonetic Alphabet) é um sistema de notação fonética baseado no alfabeto latino, criado pela Associação Fonética Internacional como uma forma de representação padronizada dos sons do idioma falado. O IPA é utilizado por linguistas, fonoaudiólogos, professores e estudantes de idiomas estrangeiros, cantores, atores, lexicógrafos e tradutores. Wikipedia

O IPA permite que o estudante pronuncie qualquer palavra da língua inglesa sem necessariamente ouvi-la. Todo bom dicionário de inglês apresenta junto com os verbetes, os seus símbolos fonéticos.

Infelizmente os símbolos fonéticos são completamente negligenciados pela maioria dos professores e alunos. O IPA pode parecer intimidador à primeira vista, mas como vocês vão ver abaixo como é fácil. Basta ter um pouco de boa vontade de aprender. Por favor, antes de testar os gráficos abaixo, leia o artigo Glossário de Fonética publicado aqui no EE. Aprenda também sobre um dos sons mais usados no inglês, o Schwa.

O British Council disponibilizou gratuitamente (para fins educacionais) um gráfico com os sons de cada símbolo fonético isoladamente, confira:


É uma boa idéia efetuar o download e mantê-lo no seu desktop para acessar sempre que surgir alguma dúvida sobre a pronúncia de alguma palavra.

Phonemic chart (para windows)
Phonemic chart (para MAC)
O gráfico abaixo apresenta a mesma simbologia, através de palavras.


Fonte: stuff.co.uk

Recomendo que você, leitor do English Experts, procure aprender sobre símbolos fonéticos. Eu vou utilizar esses símbolos em várias dicas aqui no blog, será uma ótima oportunidade de aprimorar sua pronúncia.

Se você é professor, divulgue essa informação para seus alunos. Conheça também o nosso Gerador de Símbolos Fonéticos.
www.englishexperts.com.br

sábado, 18 de setembro de 2010

MUSIC OR SONG?

Music or Song?
A palavra music só pode ser usada quando se fala sobre música em geral, ou quando se fala sobre um gênero musical.
Ex: I really enjoy Brazilian music.
Ex: My favourite type of music is country music.
Já quando se trata de uma música especificamente, usa-se a palavra song, e não music.
Ex: I love this song that’s playing on the radio.
Ex: I learned to play this song on the guitar.
Outras curiosidades musicais:
• Cordas do instrumento são strings.
• Acorde (grupo de notas musicais) é chord. (pronunciado “côrd”)
• Bateria é sempre no plural: drums.
• Pratos de bateria são cymbals (pronunciado símbols), e nunca plates.
• Guitar é violão…. e guitarra é electric guitar, contra-baixo é bass guitar (pronunciado beiss guitar)

http://www.englishexperts.com.br/2008/10/25/music-or-song/

Free sites

A exposição ao idioma é sempre essencial. Há um site especial para LISTENINGS de todos os níveis:www.esl-lab.com
Para quem quer receber lições e artigos interessantes de inglês,tente www.englishexperts.com.br. Quem gosta de videos com legendas em inglês, aproveite o site http://www.englishcentral.com/en/home. Se você quer conversar em inglês, vá para www.sharedtalk.com. Porém, procure conversar com nativos. Só assim você tem a ganhar e testar o seu inglês. Para quem quer ouvir a pronúncia de qualquer palavra, acesse http://www.oddcast.com/home/demos/tts/tts_example.php e personagens vão pronunciar qualquer coisa que você escrever. Já para dicas de inglês, os indicados também são http://denilsodelima.blogspot.com/ e http://privateenglishportal.com/. Não deixe de acessar também http://www.teclasap.com.br/blog/.
Atualmente, com todo avanço tecnológico, não alimente seu inglês a conta-gotas, apenas com as aulas. Exponha-se ao idioma o máximo que puder e verá o quanto vai acelerar seu aprendizado.

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sábado, 11 de setembro de 2010

8 expressões que enganam no inglês

Quem estuda ou estudou inglês já ouviu falar nos “false friends”, que são os falsos cognatos; aquelas palavras que parecem ser uma coisa em português, mas são outra completamente diferente em inglês – como “actually”, que parece “atualmente”, porém significa “na verdade”.

Só que o inglês tem mais de uma forma de “parece, mas não é”. Há expressões formadas com palavras absolutamente inofensivas e significados inusitados, que podem enganar alguns e até colocar você em encrenca.

Vejam esses oito exemplos:

Run your mouth: Não, não é falar correndo, nem correr com a boca (afinal, como é que você correria sem ela?). Esta expressão quer dizer “reclamar ou xingar muito, sem parar”.

Pack heat: A coisa pode esquentar se alguém “packs heat”, só que não é pelo calor: “pack heat” é “andar armado”.

Be high: Se você quiser dizer que alguém é alto, nada de usar “high”, porque “you’re high” é “você está chapado / bem louco / fora de si”.

Beat it: Esta aqui já ficou famosa na música de Michael Jackson. Você sabia que não tem nada a ver com bater em algo? “Beat it” é “se manda / caia fora”.

Bite me: Pedir para alguém morder você é bizarro, já dizer “bite me” é grosseiro mesmo, uma vez que significa “vá se catar”.

Eat it: Você pode até ouvir “eat it” de uma mãe mandando o filho raspar o prato. Só que, como contexto é tudo, cuidado. Se não houver um prato de comida envolvido e alguém mandar você “eat it”, está mandando “engolir seco”, “aguentar o tranco”ou mandando “cair de cara no chão”.

In deep: “Nas profundezas” seria tão poético, não? É, só que “in deep” significa “metido em encrenca”.

Be schooled: Lamento se você for daqueles que acha que estar na escola já é ruim o bastante para que “be schooled” tenha outro significado. Primeiro, escola pode ser um lugar muito bacana! Segundo, “be schooled” é “levar uma lição”, geralmente após perder feio num jogo ou em algum desafio. Detalhe: se você for do tipo que evita uma boa escola, pode acabar “being schooled” fora dela. ;-)

Sobre a Autora: Vanessa Spirandeo já deu aula de inglês durante anos e é tradutora desde 1999. Atualmente, trabalha na escola de inglês online EnglishTown como Coordenadora de Interação com o Usuário.

http://www.englishexperts.com.br/

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Hello - Lionel Richie - ouça em http://letras.terra.com.br/lionel-richie/32906/traducao.html

Hello


I've been alone with you inside my mind

And in my dreams I've kissed your lips a thousand times

I sometimes see you pass outside my door

Hello, is it me you're looking for?



I can see it in your eyes

I can see it in your smile

You're all I've ever wanted, (and) my arms are open wide

'Cause you know just what to say

And you know just what to do

And I want to tell you so much, I love you ...



I long to see the sunlight in your hair

And tell you time and time again how much I care

Sometimes I feel my heart will overflow

Hello, I've just got to let you know



'Cause I wonder where you are

And I wonder what you do

Are you somewhere feeling lonely, or is someone loving you?

Tell me how to win your heart

For I haven't got a clue

But let me start by saying, I love you ...



Hello, is it me you're looking for?

'Cause I wonder where you are

And I wonder what you do

Are you somewhere feeling lonely or is someone loving you?

Tell me how to win your heart

For I haven't got a clue

But let me start by saying ... I love you



Olá

Eu tenho estado sozinho com você dentro da minha mente

E nos meus sonhos eu beijei seus lábios mil vezes.

As vezes eu vejo você passando na minha porta

Olá, sou eu quem esta procurando?



Eu posso ver isto em seus olhos

Posso ver isto em seu sorriso

Você é tudo que eu sempre quis, e meus braços estão abertos.

Você sabe o que dizer

Você sabe o que fazer.

E eu quero muito te dizer que eu Eu te amo...



Eu espero ver a luz do sol nos seus cabelos

E te dizer muitas vezes o quanto eu me importo

Algumas vezes eu me sinto como se meu coração transbordasse

Olá, eu só quero que você saiba



Porque eu imagino onde você está

E eu imagino o que você está fazendo,

Será que você em algum lugar se sentindo só ou alguém esta amando você?

Diga-me como ganhar seu coração

Eu ainda não descobri a maneira

Mas deixe eu começar dizendo, Eu amo você ...



Olá, sou eu quem esta procurando?

Porque eu imagino onde você está

E eu imagino o que você está fazendo,

Será que você em algum lugar se sentindo só ou alguém esta amando você?

Diga-me como ganhar seu coração

Eu ainda não descobri a maneira

Mas deixe eu começar dizendo, Eu amo você ...

EASY - Lionel Richie - ouça em http://letras.terra.com.br/lionel-richie/32903/traducao.html

Easy


Know it sounds funny

But, I just can't stand the pain

Girl, I'm leaving you tomorrow

Seems to me girl

You know I've done all I can

You see I begged, stole and I borrowed! (yeah)



Ooh, that's why I'm easy

I'm easy like Sunday morning

That's why I'm easy

I'm easy like Sunday morning



Why in the world would anybody put chains on me?

I've paid my dues to make it

Everybody wants me to be

What they want me to be

I'm not happy when I try to fake it! no!



Ooh, that's why I'm easy

I'm easy like Sunday morning, yeah

That's why I'm easy

I'm easy like Sunday morning



I wanna be high, so high

I wanna be free to know the things I do are right

I wanna be free

Just me! Whoa, oh! Babe!



That's why I'm easy

I'm easy like Sunday morning, yeah

That's why I'm easy

I'm easy like Sunday morning, whoa

'Cause I'm easy

Easy like Sunday morning, yeah

'Cause I'm easy

Easy like Sunday morning



Tranquilo

Sei que parece engraçado

mas simplesmente não posso suportar a dor

Garota, estou te deixando amanhã

Me parece, garota

Que você sabe que fiz tudo que podia

Você vê que eu mendiguei, roubei e pedi emprestado



Esse é o porquê de eu estar tranquilo

Estou tranquilo como uma manhã de domingo

Esse é o porquê de eu estar tranquilo

Estou tranquilo como uma manhã de domingo



Por que alguém me colocaria na rede?

Eu paguei meus direito para fazer isso

Todo mundo quer que eu seja

O que eles querem que eu seja

Eu não estou feliz quando tento disfarçar, não!



Esse é o porquê de eu estar tranquilo

Estou tranquilo como uma manhã de domingo

Esse é o porquê de eu estar tranquilo

Estou tranquilo como uma manhã de domingo



Quero estar nas alturas, bem alto

E quero estar livre

para saber que as coisas que faço estão certas

Quero estar livre, apenas eu, oh, garota, ooh



Esse é o porquê de eu estar tranquilo

Estou tranquilo como uma manhã de domingo

Esse é o porquê de eu estar tranquilo

Estou tranquilo como uma manhã de domingo

Porque eu estou tranquilo

Tranquilo como uma manhã de verão

Porque eu estou tranquilo

Tranquilo como uma manhã de verão

http://letras.terra.com.br/lionel-richie/32903/traducao.html

Lionel Richie

Para quem não teve a chance de curtir a metade dos anos 80, duas canções que marcaram a carreira deste cantor norte-americano que esteve no Brasil em agosto de 2010.Um pouquinho mais sobre ele:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Lionel_Richie

Richie doou todos os seus lucros para Barack Obama para ajudar na campanha presidencial de 2008. Recentemente, ele anunciou que gostaria de se juntar novamente aos The Commodores em breve".




Em 31 de dezembro de 2008, Richie realizou a festa de Réveillon no Times Square para soltar bola.Ele também se apresentou no final da temporada de 2009 para American Idol com Danny Gokey. Um novo álbum, Just Go foi lançado na primavera de 2009 - na época Lionel confirmou que há planos de se unir novamente com os Commodores num futuro próximo.



Em 7 de julho de 2009, Richie apresentou "Jesus is Love" no funeral de Michael Jackson .

Ativista Anti-Câncer


Richie ajudou a arrecadar mais de 3,1 milhões de dólares para a The Breast Cancer Research Foundation. Ele foi o artista convidado em Soirée da Fundação Bouquet, a festa de gala anual da Primavera. Richie disse à multidão que sua avó foi diagnosticada com câncer de mama em seu 80 anos, mas sobreviveu e viveu até 104 anos. Ele afirmou que ela era o símbolo duradouro da esperança e da sua razão para se tornar um ativista na luta contra o câncer da mama.


Discografia


[editar] Álbuns de estúdio

1982 - Lionel Richie

1983 - Can't Slow Down

1986 - Dancing on the Ceiling

1996 - Louder Than Words

1998 - Time

2000 - Renaissance

2004 - Just for You

2006 - Coming Home

2009 - Just Go

[editar] Compilações

1992 - Back to Front

1997 - Truly: The Love Songs

2007 - The Definitive Collection

[editar] Álbuns ao vivo

2002 - Encore

[editar] Singles

"Endless Love" (com Diana Ross) (1981)

"Truly" (1982)

"You Are" (1983)

"My Love" (1983)

"All Night Long (All Night)" (1983)

"Running With The Night" (1983)

"Hello" (1984)

"Stuck On You" (1984)

"Penny Lover" (1984)

"Say You, Say Me" (1985)

"Dancing On The Ceiling" (1986)

"Love Will Conquer All" (1986)

"Ballerina Girl" (1986)

"Deep River Woman" (1987)

"Se La" (1987)

"Do It To Me" (1992)

"Don't Wanna Lose You" (1996)

"Angel" (2001)

"Just For You" (2004)

"Just Go" (2009)

" Nothing Left To Give" (2009)

sábado, 4 de setembro de 2010

Diário de Bordo de uma Comissária (por mim, ainda incompleto)

Diário de Bordo de uma Comissária




São Paulo, 2 de setembro de 1998



O PRIMEIRO DIA



O dia tão esperado enfim chegou. A apresentação estava marcada para 11:04, decolagem, uma hora após. Cheguei bem cedo em Congonhas e fiquei esperando até umas vinte pras onze pra eu subir para o D.O (Departamento Operacional) da Ponte Aérea. Que nervoso pra abrir aquela porta! Fui recebida pelo funcionário do D.O, que vendo minha ansiedade, me tranqüilizou. Naquele dia seriam “quatro pernas” (Congonhas-Santos Dumont por duas vezes). Minha instrutora logo chegou e, junto com a tripulação, fomos para o avião, um 737. Fiquei na galley observando uma das comissárias trabalhar. Devido a uma mudança inesperada, a comissária estava suando, ofegante...o desespero e a pressa estavam estampados na cara dela. Eu só olhava, assustada. Além de tudo, ela ainda fazia o speech, de cor, parando constantemente pra respirar...lhe faltava o ar a todo instante. Uma coisa de louco. Ela havia sido sobrecarregada pela chefe de equipe, pois a função de fazer speeches é desta última...lhe faltava o inglês, porém.

Bem, o sufoco passou e, no dia seguinte eu tinha folga. Meu corpo inteiro doía. Naquele primeiro dia, levantei mala, subi e desci de ônibus, subi e desci escadas. Parecia que tinha levado uma surra. Nesse dia de folga, ainda fui dar três aulas.

Fiz quatro vôos na Ponte Aérea, além daquele primeiro. Estava de observadora porque havia vôos com 132 passageiros que exigiam uma agilidade fora do comum. Na Ponte, só fazia São Paulo – Rio e São Paulo – Brasília, identificados pelas siglas SAO – SDU e SAO – BSB. Em um desses vôos, eu estava na galley e a porta de um dos dois toaletes se abriu. Com um empurrão, fechei-a . Daí a um pouco, a porta abre de novo. Empurrei-a novamente. Olha só que chato: era um passageiro querendo sair. E o pior é que ele demorou pra tentar sair de novo. Acho que pensou que alguma coisa estranha estivesse acontecendo. Foi engraçado!









O PRIMEIRO POUSO NA CABINE E A PRIMEIRA AULA



O dia 10 de setembro foi meu penúltimo dia de instrução na Ponte. O comandante me convidou para pousar na cabine do 737-300. E nesse dia tive a chance de dar minha primeira aula de inglês no ar. Quando o comandante soube que sou professora de inglês, me pediu que eu o ajudasse com sua lição de casa. Um barato!



A PRIMEIRA VEZ QUE VI SANTOS LÁ DO ALTO



No dia seguinte, tinha gente importante no vôo. Era o Dr. Omar Fontana, presidente da Empresa, vindo do Rio para São Paulo. Nesse dia, pela primeira vez, consegui abrir e fechar a porta dianteira direita, famosa por ser pesada e difícil de operar. Nesse dia também pousei e decolei na cabine. Vi Santos, São Vicente e a baixada lá de cima, quando estava voltando do Rio para São Paulo...uma imagem que nunca me sai da memória. Pela primeira vez também, fiz demonstração de máscaras de oxigênio. Parecia que todos olhavam, mas o nervoso era desnecessário...naquele dia o jornal era mais importante.



CHAMADA ORAL E NOVA INSTRUÇÃO



Dia 14 de setembro foi dia de check no Setor de Ensino, uma espécie de chamada oral a respeito de tudo aprendido até então. Só ia para o vôo quem passasse em todo o processo.

Logo no dia seguinte, comecei nova instrução, desta vez na rota, pelo Brasil a fora. De início fiz GRU – VIX (Guarulhos – Vitória). Chegando no hotel em Vila Velha, ainda deu tempo pra andar de bicicleta pela ciclovia da avenida da praia. A aviação começava a me mostrar suas alegrias. No dia seguinte (VIX-GIG-CNF-BSB-BEL) Vitória, Rio, Confins(BH), Brasília e Belém. Na quinta-feira (BEL-MAO-BEL-SLZ-FOR) Belém, Manaus, Belém de novo, São Luiz e Fortaleza. Na sexta-feira, (FOR-BSB-GRU) Fortaleza, Brasília, Guarulhos.



“PENSA QUE SER COMISSÁRIA É SÓ ANDAR BONITINHA?”



Essa instrução teve suas dores. Um chefe de equipe idiota que a toda hora dizia “vai, vai, trabalha...pensa que ser comissária é só andar bonitinha?” E pela expressão do ignorante, não era brincadeira. Mas teve troco. Uma hora eu estava tentando abrir uma garrafa e ele veio me ajudar, dizendo: “Nesse vôo tem homem, não tem bicha”. Eu, sem hesitar disse:”É...pra carregar caixa não tinha...” Nada contra, mas mais tarde soube que ele era gay não assumido, por isso castigava as novatas. Outra hora, numa etapa final, quase chegando em Fortaleza, havia umas seis chamadas de passageiros e a tripulação me deixou “ralando” sozinha enquanto todos eles almoçavam. Para atender a todos os passageiros, fiquei sem almoço. Me senti tão injustiçada que fui para o banheiro chorar.Antes do pouso, fiz check de cabine com lágrimas nos olhos e nariz vermelho. Dane-se! Cheguei no hotel em Fortaleza, chorei mais um pouco, coloquei o biquíni, peguei minha câmera e saí sozinha. Cheguei a desabafar com um estranho, tamanha era minha indignação. Na Ponte Metálica da Praia de Iracema, assisti ao pôr-do-sol, tomei suco de cacau no “Babalu”, um bar à beira-mar. Naquela noite, não aceitei o convite da instrutora para sair com a tripulação.Claro que aquele chefe idiota iria. Aceitei a dica de tomar uma sopa no próprio hotel.



TRIPULANTES TÉCNICOS ARROGANTES

No dia do pernoite em Belém, o comandante e o segundo oficial eram pessoas super antipáticas, um verdadeiro nojo...daqueles que se conhece pelo olhar. Um tipinho desses que pilota avião, mas corre o risco de cair no meio-fio e bater as botas, sabe? Só ficaram com a gente até Fortaleza...saíram pela manhã, bem cedo e nós, só às 14h15. Bem feito! Faziam uma boa dupla pra irem pro inferno juntinhos. Quanto ao chefe medíocre, ignorei-o até o fim, sem nem mesmo me despedir com o tradicional e cínico “Obrigada pelo vôo”(Ah, como eu odiava falar isso às vezes!)



O PRESO



Numa das etapas pelo nordeste, fomos avisados que subiria um preso de alta periculosidade. Ai, meu Deus! Lá vem o homem algemado, com uma toalha laranja sobre as algemas e um policial de cada lado. Sentaram nas últimas poltronas, colocando o preso na janelinha. Houve serviço de bordo para os três. O rapaz da comissaria ficou indignado. Nunca andou de avião na vida e era um homem honesto. Eu tentei estimular, dizendo:”Não se incomode, meu senhor. A vida desonesta não compensa. Um dia o senhor vai realizar seu sonho.” Foi triste e cômico.

Na manhã do dia seguinte, acordei cedo, comi tapioca e fui conhecer a Praia do Futuro. Uma perua do hotel levava tripulantes de graça até a praia. Fui sozinha.





O AVIÃO POUSANDO...E EU EM PÉ



Em um desses momentos desse vôo de instrução, o avião estava em procedimento de descida e eu, ainda inexperiente, demorei pra checar a cabine. Adivinha o que aconteceu? O avião pousando e eu de pé no meio da passarela. Quando vi que não dava pra voltar pro meu assento lá na galley, não tive dúvidas: sentei numa poltrona de passageiro, coloquei o cinto e esperei. A instrutora veio me buscar, já com olhar de reprovação.

A volta, de 767, foi melhorzinha, apesar de só ter sido chamada para almoçar depois que toda a cabine o tinha feito. Quando consegui comer, parecia que era o primeiro almoço de toda a minha vida, de tanta fome que eu tinha passado. O comandante me convidou pra pousar na cabine do 767. Uma cabine enorme, que mais parecia um quarto. Dessa vez, os tripulantes técnicos eram simpáticos, e mais humildes.



O SOBREAVISO



Após esse vôo, fiquei em casa, esperando o que seria feito de mim. No dia 22, cumpri sobreaviso das 5 às 16h em Santos. Estava com o coração na mão, porque se me acionassem, estaria em maus lençóis. Impossível chegar em Guarulhos em noventa minutos (tempo máximo de chegada exigido após um tripulante em sobreaviso ser acionado). Graças a Deus, não me acionaram.

Em 23/9/98 fiz meu primeiro vôo solo. Fui de tripulante extra até o Rio e de lá assumi um vôo até Vitória. Vôo lotado, 45 minutos para fazer tudo. Um dos tripulantes me deu a maior força e fui elogiada pela tripulação (até que enfim...depois de tanta crítica!). Na volta (VIX – GIG – GRU / Vitória, Rio, Guarulhos) a chefe pediu pra eu fazer o speech em inglês. Nesse vôo, o co-piloto tocava bandolim e cantava pagode dentro da van que nos buscava no aeroporto.









A PERDA DO AVENTAL E DA IDENTIFICAÇÃO



Meu segundo vôo solo também foi bom e houve um comissário que me deu muita ajuda. Fazíamos o vôo 460 (Guarulhos-Curitiba-Foz do Iguaçu).

No domingo que se seguiu, fui pela primeira vez ao apartamento da R.Vieira de Moraes, onde eu ficaria quando não houvesse tempo de voltar para Santos.Estava de sobreaviso por dois dias e, no segundo dia, fui acionada para fazer um vôo na Ponte Aérea. Com a correria, esqueci meu avental e plaqueta de identificação dentro do avião. As ameaças eram tantas pra quem por um acaso perdesse algum item do uniforme, que fiquei muito nervosa. Naquela semana, prossegui com os vôos. Fiz um Rio-Curitiba-Porto Alegre-Guarulhos e, na volta, quando esperava o ônibus da Empresa , sentei ao lado de um senhor que de imediato perguntou meu nome e disse: “Você não estava no vôo de Brasília, segunda-feira?” Eu confirmei e ele disse então: “Seu avental e plaqueta estão no check out de Congonhas”. Agradeci muito a ele, afinal eu não precisaria justificar nada junto à chefia de comissários. Porque tudo é assim: respirou duas vezes a mais do que deveria, reporte à chefia.



ACHEI QUE ERA UM TÁXI



Minha apresentação estava marcada para 5h15 em Guarulhos. Um dia antes, fui dormir em São Paulo, acordei às 3h15 e às 4h15 chamei um táxi para ir até a passarela de Congonhas e pegar o ônibus da Empresa. Só que o táxi demoraria dez minutos. Resolvi ir a pé. Morri de medo. Chovia e ainda estava escuro. Cheguei pela porta de serviço do aeroporto e ela estava fechada. Entrei pela porta de serviço dos restaurantes. Peguei um elevador. A mala caiu. O porta-casaco escorregava toda hora. Não achava a saída. Luzes acesas, mas nenhuma alma viva pra me indicar uma saída. Eu suava, o porta-casaco caía, eu via que estava prestes a perder o único ônibus das 4h30 da manhã. Momentos de puro pânico. Ouvi barulho de água, me aproximei. Era alguém no vestiário: um rapaz. Me deu medo. Perguntei pela saída para a passarela. Não queria chegar à passarela pela avenida porque estava escuro. Queria chegar por dentro do aeroporto. O rapaz me respondeu que teria que descer e ir por fora mesmo, pela rua escura e fria. De novo, pego o elevador e corro desesperada de salto alto, mala, guarda-chuva e porta-casaco – que caía toda hora. Naquele caminho passavam carros, poucos, mas passavam. Me esquivava deles (não havia calçada) e puxava o porta-casaco irritante que caía mais uma vez. Que pesadelo! Avistei o ônibus da Empresa. Atrás dele parou um circular. Eu ainda estava longe. Vi um rapaz em frente a um carro e imaginei que ele fosse um taxista. Gritei para ele pedir para o ônibus esperar, porém ele não me entendia, mas mesmo assim fez parar o ônibus...o circular, não o da Empresa. Assim, 4h35 da manhã e eu via o ônibus da Empresa ir embora sem mim, rumo ao Aeroporto de Guarulhos. Pedi, então, ao suposto taxista, pra seguir aquele ônibus. Entreguei minha mala com porta-casaco e tudo. Percebi que ele se enrolou um pouco pra colocar tudo no porta-mala. Começou a perseguição ao ônibus, que àquela hora da madrugada, andava a mil. Não havia carros na avenida, sabe como é... Foi quando disse ao rapaz: “Moço, será que oito reais dá? É tudo que tenho em dinheiro, mas tenho cheque.” Pra meu espanto, ele me disse: “Não sou taxista, mas não vou te cobrar nada e vou te levar até lá.” Gelei, não sabia se sentia medo ou vergonha. De repente eu estava em um carro de um estranho, que não era taxista, estrada à fora, em São Paulo, em plena madrugada e com enormes chances de perder o vôo e o emprego. “Logo vi...você sentou aí atrás...O adesivo no meu carro é de campanha política, não de companhia de táxi”, explicava o rapaz pego de surpresa. Ele fazia campanha para uma candidata a deputada federal. Mas juro que até hoje não entendi o que ele fazia em frente ao Aeroporto de Congonhas, às 4h30 da manhã. Não tive chance de perguntar isso, só sei que ele foi enviado por Deus pra me tirar daquele pesadelo terrível. No dia seguinte fui à Igreja agradecer por toda proteção recebida.



CANCUN BATE-E-VOLTA SEM DESCANSO



No sábado seguinte, levei um susto da escala. Estava me arrumando pra sair, estava de folga, quando a escala ligou dizendo que eu ia pra Cancun. Um vôo horrível, direto, bate e volta, extremamente cansativo. Disse que não havia feito ainda instrução no 767 e, por isso, escapei, mas me pediram para eu ligar mais tarde. Estava no Guarujá quando liguei de novo. Eram 23 horas e a escala queria que eu estivesse em Guarulhos às 9 da manhã do dia seguinte. Acabou a diversão, pensei. Porém, consegui negociar uma reserva para as 15h45. Durante a reserva, ficamos no D.O (Departamento de Operações) à espera do que será feito de nós. Foi o que aconteceu nesse dia. Mala preparada pra ir “para onde só Deus sabe” e, fui acionada num vôo pra Belém.









ACIONADA PARA BELÉM



A tripulação era de vôo internacional, um pessoal muito gentil e dispostos a ajudar. Fiz bons colegas. Fiz um passeio em Belém e comprei algumas lembrancinhas. Na volta desse vôo, um homem estava fumando, de pé (naquela época ainda era permitido o fumo a bordo). Eu, de imediato, disse: “Senhor, não é permitido fumar de pé.” Ele atendeu com educação. O chefe de equipe então me disse: “Gostei do que você fez. Sabe quem é esse homem? É comandante da Empresa.” Mais tarde ele sentou-se com a gente na galley e me disse: “Você tem razão.” Eu pedi desculpas, é claro, mas deu vergonha.

No domingo das eleições, fui votar de uniforme e depois fui direto pro aeroporto. Nesse mesmo dia, peguei minha primeira escala. Começava minha instrução no 767, um avião bem maior, que a Empresa utilizava para vôos internacionais e nacionais também.



A QUASE DESPRESSURIZAÇÃO NO 737



No dia dez de outubro de 1998, parti para um vôo de cinco etapas. Na última etapa, Guarulhos-Florianópolis (GRU-FLN), a aeronave por pouco não despressurizou. Logo no início do serviço de bordo, começou um barulho como de assobio forte. Em seguida, veio a chefe e mandou que corrêssemos com o serviço porque estávamos prestes a ter uma despressurização. Os passageiros perceberam a correria. Recolhíamos tudo muito rápido e o barulho aumentava. Um passageiro chegou para mim e perguntou: “O que está acontecendo?” Eu disse: “Nada, não, senhor.” Ele quis confirmar: “Tem certeza? Por que vocês estão correndo tanto?” Tive que mentir, claro: “É que essa etapa é muito curta.” Ninguém podia falar a verdade. Mas pra falar sério, o avião estava pra despressurizar a qualquer momento. O ar seria como que “aspirado”. Terminado o serviço de bordo, sentamos na galley. O comissário ao meu lado, sabendo que era novata, me lembrava: “Assim que caírem as máscaras, puxe e coloque-as. Não espere...pode ser fatal.” A porta da cabine de comando foi aberta pelo comandante. Dizem que é pra ele ver quando as máscaras caem, se caem. O pior é que os passageiros ficavam observando qualquer movimento, atitude, olhar nosso. Terminado o vôo, tudo em paz, por fim o comandante explicou que a pressão interna diminuiu e a externa aumentou. Houve, na verdade, uma inversão. Disse também que o problema não era previsto e nem ele, nem o co-piloto nunca tinham lidado com tal situação. Felizmente, tudo acabou bem.



A TURBINA FALHOU...PÂNICO. CHOREI.



Alguns dias depois, dia 16 de outubro, estava no retorno de um vôo de três dias no 767, meu primeiro vôo em instrução, com uma instrutora diferente daquela primeira. Era o vôo 081 – Manaus-Brasília-Rio-Guarulhos (MAO-BSB-GIG-GRU). Saímos às 7h15, horário de Manaus e pousamos em Brasília. Na etapa Brasília – Rio, ouvimos três pancadas fortes no lado esquerdo do avião. Parecia a turbina engasgando. Eu estava em instrução na primeira classe, entregando uma refeição. A passageira olhou assustada e eu tentei ficar com “cara de paisagem”, como haviam me ensinado. Enquanto isso, o chefe corria para o cockpit. Em seguida, ouvimos de novo o barulho, só que do lado oposto. Que maravilha! Só faltava essa! O comandante mandou suspender o serviço de bordo e explicou aos passageiros o que havia acontecido. Era uma falha no stol de compressão, uma bomba de compressão na turbina. Comunicou também que pousaríamos em Belo Horizonte e não no Rio, por questões de segurança. A chefe de equipe reuniu o grupo e fez um briefing de emergência com relação à “abertura de saídas e observância de fogo externo”. Lembro-me bem das palavras: “Observem o pouso e se houver alguma anormalidade nesse momento, vejam se não há fogo, abram portas e inflem os slides.” Quando a chefe disse isso, eu estava ao lado da minha instrutora, ouvindo as instruções. Poderíamos ter um pouso de emergência. Assim que a chefe saiu, olhei para a instrutora e nos abraçamos. Comecei a chorar e vi lágrimas nos olhos dela. Ela tentava me acalmar: “Calma, não vai acontecer nada. Deus é brasileiro e voa nessa empresa. Nós estamos cientes do que está acontecendo, eles (os passageiros) não.” Comecei a achar que algo mais estava acontecendo e que era melhor eu nem saber. Tantas coisas se passaram na minha cabeça naquela hora. Pensei na minha mãe, na vida, em “onde eu tinha me metido” e dava ainda mais vontade de chorar. Chegou a hora de checar a cabine (verificar se os passageiros estão de cintos atados, com poltrona na vertical e sem fumar) e lá fui eu, com a mesma cara de paisagem...lágrimas quase secas. Sentamos. Aproximação final para pouso. Naquela hora eu perguntei pra minha instrutora: “Pra que lado eu corro primeiro?” A resposta foi: “Não vai acontecer nada. Fique sentada.” Mil pensamentos de novo. Imaginei que ficaria de pé gritando para os passageiros correrem pra mim, pularem slide abaixo...Ou será que pularia primeiro e largava essa vida de pousa-decola-pousa-decola-pousa de vez por todas?



JESUS CRISTO NOS SALVOU



Quantas coisas passaram pela minha cabeça naqueles instantes, segundos antes daquele pouso. Mas me firmei em Jesus, imaginei que Ele estava na cabine de comando, com as mãos estendidas sobre a cabeça do comandante, sobre cada tripulante, sobre cada um de nós. Confiava que Ele não ia deixar acontecer nada. Rezei um Pai-Nosso. Esperamos. O avião tocou no solo, normalmente, e graças a Deus, tudo foi normal.Senti, com muita emoção, gratidão a Deus pela imensa força naquele momento. Havia a bordo crianças, uma grávida, dois atores da Rede Globo (Julia Lemmertz e Alexandre Borges). Ao todo, 168 passageiros e 8 comissários, destes oito, duas em instrução: eu e uma colega de turma. Os passageiros tiveram que desembarcar em Belo Horizonte e foram remanejados para outros vôos. Ficamos aguardando a manutenção, a qual demorou muito. Não havia manutenção da Empresa em BH. Enquanto isso, eu andava pela cabine de passageiros, quando vi um colete salva-vidas sobre a poltrona. Passado o susto, até achei engraçado. Mas que susto! Às 18h45, pegamos um avião de outra Empresa e fomos de tripulantes extras para Guarulhos. A aeronave com problema ficou em BH. Mais tarde nos disseram que uma das turbinas teve que ter sido trocada. A Empresa deslocou uma aeronave da Ponte Aérea para ir buscar os passageiros em BH e continuar a viagem até o Rio. A minha programação para o dia seguinte foi cancelada. Caso contrário, teria que me apresentar de novo em Guarulhos às 6h30 da manhã.



ÁGUA QUENTE



Nesse vôo havia uma passageira na primeira classe (coreana, chinesa, não sei bem) que era uma “figura”. Quando eu perguntava o que ela queria beber, dizia: “água quente”, num inglês quase indecifrável. Não é que a mulher bebeu água quente durante todo o vôo??!!

Passageiro é tão folgado que uma vez eu estava andando pela cabine e um deles me parou. Ele fazia palavras cruzadas. “Moça, como se fala “quente” em espanhol?” Arrisquei, “caliente” e o chato agradeceu.



É PROIBIDO FUMAR A BORDO



No dia 21 de outubro de 1998, terminou minha instrução no 767. No dia seguinte, fiz um vôo de três dias no 737. No último dia desse vôo, chegou o comunicado da Justiça Federal proibindo o fumo a bordo em qualquer momento do vôo. Nesse dia, em Belém, tive que acordar às 24:45. A apresentação era às 2 da manhã. Voei direto até 11 da manhã.



O QUASE AFOGAMENTO



Meu vôo seguinte foi o primeiro solo no 767. Pernoites em Porto Alegre e Manaus. Correu tudo bem, não fosse meu quase afogamento na piscina do hotel em Manaus.Um comissário me salvou a tempo. Eu estava me segurando na borda da piscina, mas o sol e o calor fizeram eu me soltar. Comecei a engolir água. Um desespero. Pensaram que fosse brincadeira e, enquanto isso, eu engolia água. Serviu de lição. Passei a “matar” o tempo de outra forma. No mesmo hotel, em Manaus, podíamos usar a Internet de graça. Assim passava o tempo, de maneira bem mais segura que a anterior.





CATAPORA AOS 27 ANOS



No dia que cheguei desse vôo, às 23:59, resolvi dormir no D.O. Não havia como voltar pra Santos a uma hora daquela. Que desespero! Pernilongos mil no dormitório. Só pude voltar pra casa na manhã seguinte, num ônibus que dava mil voltas por Guarulhos. Estava toda picada, mas mesmo assim, naquele dia ainda fui dar aulas. No sábado, percebi que as “picadas” tinham pus. Fui ao Pronto Socorro. Era catapora. Devia ter sido contagiada no vôo. O ar que circula nos vôos é bastante impuro, pois circula e recircula várias vezes. Basta um espirro pra vírus invadirem o ambiente. Uma semana de atestado, eu, em treinamento... Corpo, rosto, tudo cheio de feridas. Avisei à escala que não poderia voar.













A MESQUINHARIA DA HIERARQUIA



Dia 15 de novembro, voltei a voar. Meio desanimada, com cólica, cobreiro visível na boca e um pouco triste com algumas decepções. Fiz um vôo para Goiânia, pela primeira vez. O que me aborrecia na aviação é a mesquinharia por hierarquia, antiguidade, as calúnias e a falta de compromisso das pessoas. Falta Deus. Quanta pouca humanidade! Ainda neste mesmo vôo, mas em outra fase, juntaram-se ao vôo mais dois comissários.Mudamos de avião, era um 767. Foi quando conheci uma comissária muito especial, com quem me identifiquei muito. Ela também havia feito Letras, lecionado, só que já voava há sete anos. Ela queria voltar a dar aulas. Falamos da necessidade que sentíamos de estudar, e de nos sentirmos rebaixadas às vezes. Ela mora em Brasília. Conversando com ela, compartilhando idéias, consegui me sentir melhor. Mas na volta a Guarulhos, ela foi pra Recife e eu pra Foz do Iguaçu.

Nessa etapa conheci um francês que abria o imenso mapa do Brasil em pleno vôo e pedia opiniões sobre as cidades. Havia também três comissários de uma empresa aérea alemã, um piloto e um co-piloto, todos a passeio.





A PASSAGEIRA SEM NOÇÃO

Houve uma hora, o avião quase pousando, levanta uma mulher gorda, baixinha, com a saia lá em cima, querendo entrar no banheiro. Eu, de pé, segurava o braço dela e dizia: “Não, senhora, a senhora não pode entrar no toalete agora...vamos pousar já!” Todo mundo ouvindo, olhando pra trás, e a mulher insistia: “Mas é rapidinho...” Eu dizia: “Não, não, a senhora pode se machucar, nós não podemos deixar.” O avião pousando...Ufa! A mulher voltou pro lugar dela...a saia lá em cima. O chefe fez um anúncio pra que ela sentasse. Após o pouso, lá vem ela de novo: “Agora pode?” No momento em que ela voltou, antes do pouso, um passageiro da última poltrona olhou para mim e disse: “É duro, não é?”









NÃO MEXA COM FILHOTES!



No dia em que estávamos em Goiânia, fomos ao Goiânia Shopping e, em frente, existe um lago cheio de patos e pedalinhos. Uma colega achou de tirar foto de um filhote-pato. Eu gritei: “Não se mete com o filhote que a mãe vem atrás!” Dito e feito...Só via a pata dando a maior corrida na Juliana. Eu também corria, ladeira acima. E a pata não sossegou enquanto a Juliana não ficasse bem longe.



CARTA DE ELOGIO...UFA!



Ainda em novembro, recebi uma carta de elogio, por bom atendimento a um passageiro. Ele não comia carne e na falta de frango para os passageiros, doei minha refeição.



O BERIMBAU



No dia 20, meu destino era Belém, mas resolveram mudar minha programação e me mandaram num vôo cheio de pousos para Florianópolis. Na volta desse vôo, embarcaram três moças e um rapaz alemães. O problema foi que uma das moças, uma loira alta, magra, de cabelos curtos, trazia um berimbau. Primeiro, ela não sabia nem o nome do objeto que ela trazia embrulhado. Segundo, ela queria pôr o berimbau nos pés, uma vez que não cabia no compartimento superior (bin). O chefe, que não falava inglês (aliás, ouvi falar que foi rebaixado do internacional justamente por isso),pediu ajuda. Depois de muita falação, o berimbau foi desembarcado e eu fui conversar com a moça, tentar explicar a situação. Ela estava quase chorando. Berimbaus são considerados armas a bordo e não podem ser transportados, de forma alguma, na cabine de passageiros. Fiquei sem saber se o berimbau chegou inteiro ou não.





BUENOS AIRES SEM SAIR DO AVIÃO



25/11/98 Embarquei num vôo para Buenos Aires. Fomos de 737. Eu era a única mulher na tripulação. Fui de auxiliar A, trabalhando na cabine da frente, fazendo speeches, anúncios de bordo. Mas eu não me sentia bem. Com as fortes mudanças de temperaturas, tinha uma forte dor de garganta, dores nas costas e nos olhos.Pensa que o pernoite foi em Buenos Aires? Não...em Porto Alegre!!!



TRISTEZA E SOLIDÃO. ANIVERSÁRIO DA LYARA

Tive que tomar remédio e, no dia seguinte, em Manaus, já me sentia bem. Só estava meio triste. Me sentia muito só. Nada para fazer, ninguém pra conversar. 26/11/1998,Aniversário da minha sobrinha,Lyara, e eu tão longe.Resolvi telefonar para ela de Manaus e diminuir a saudade.



IDA E VOLTA A SALVADOR EM UM DIA!



No sábado que se seguiu, uma amiga da Rio-Sul e eu fomos ao Wet’n Wild, um parque aquático em Salvador. Fomos e voltamos no mesmo dia, pois não tínhamos dinheiro para hospedagem. Foi uma loucura sair de São Paulo pela manhã, passar o dia em Salvador e chegar tarde da noite...gastando pouco!



MANAUS...DE NOVO



30 de novembro de 1998 e estou de novo em Manaus. Fiz um vôo terrível, das 3 da manhã até as 9 da manhã. Um horror! Peguei o ônibus da Empresa à meia-noite. O cansaço era tanto, que dormi no ônibus e o motorista teve que sair do volante pra me acordar. A apresentação em Guarulhos era às 2 da manhã. Quando cheguei no hotel, já às 9 da manhã, dormi das 9h30 às 15h30. Almocei, mas ainda estava em cacos. Só queria dormir, não conseguia fazer nada. Naquele mesmo dia fiquei sabendo que voaria no Natal e Ano Novo.





TRISTEZAS



Depois desse vôo, passei muito tempo sem escrever. Foi um período de muito sofrimento e, por isso me afastei do diário. Tristezas são pra serem esquecidas, desde que se tire delas uma lição e se tome uma atitude. Acho que aprendi um pouco pela dor, mas fico triste em saber que apesar de estar disposta a aprender, não quero sofrer mais.

Fevereiro de 1999 e só penso em sair da aviação. A Empresa não paga horas noturnas para a minha turma. Todos os outros comissários recebem; eu não. E o pior é que tenho voado noturno adoidado. Claro, mão-de-obra barata é assim mesmo. Já denunciei tudo isso ao sindicato, anonimamente, porém não tenho esperanças de justiça. Dizem por aqui que a justiça se vende a meras passagens grátis com a família. Hoje, assim como repetidas vezes no mês, saí de Manaus à 1 da manhã e cheguei em Guarulhos às 11. Até Santos, só Deus sabe quanto tempo mais levará. Quase 1 da tarde e eu no aeroporto, com fome, cansada e sem dormir, esperando o ônibus para Santos. Hoje, comparei meu holerith com o de uma outra comissária que recebe hora noturna. Ela voou quase o mesmo que eu e ganhou trezentos reais só de hora noturna.Estou me sentindo injustiçada, explorada. Afinal, a gente perde noites trabalhando pesado, fazendo tudo que os outros fazem e não ganha o mesmo.



O MEIO



Além de tudo, o meio é repugnante: os tripulantes falam muita imoralidade, piadas sujas. Até comandantes têm um vocabulário desprezível, sem o menor pudor de falar certas coisas na nossa frente. Poucas comissárias se dão o respeito. Acham tudo muito divertido. Eu sou sempre a “novinha”. Às vezes nem pelo nome nos chamam...é a “novinha”, a idiota que não sabe nada. È claro que fui treinada e conheço minha função, conheço bem os aviões, mas te nivelam por baixo, pelo tempo de casa, pela antiguidade. Só que antiguidade não segura avião no ar. Se aquilo lá cair, não sobre nem o nome. Quanta gente fútil e inútil. Ontem, no hotel em Manaus, eu chorava de saudades de casa, de Santos. Cansada, exausta, deitei e dormi chorando. Lembrava de como era feliz dando aulas, me sentindo útil e valorizada. E nunca deixei de viajar por isso. Conheci muitos lugares, de excursão em excursão, de prestação em prestação. Não me sentia injustiçada nem explorada. Algumas meninas da minha turma dizem que tudo isso não passa de uma poupança forçada e que um dia vamos receber tudo na justiça. Odiaria fazer isso, afinal, a Empresa me deu uma chance de emprego com 27 anos de idade, uma idade considerada “avançada” para entrar na aviação (outra ignorância da área).





SAUDADES DA SALA DE AULA

O que acontece é que eu já vivi o respeito que na minha profissão ainda existe. Me dá saudade entrar numa classe de adultos e ver os olhinhos deles brilharem, com vontade de aprender. Cada um com sua vida, sua profissão, mas com algo em comum interesse: aprender inglês. E minha missão era facilitar o aprendizado. Lembrando de tudo isso, muitas e muitas vezes tenho vontade de chorar. E olha que tenho lecionado até nas folgas! Me sinto sempre muito só, durmo e como muito mal, trabalho mais que todos. Neste mesmo vôo em que estou: entre uma escala e outra, eu fico na galley fazendo tudo (preparando até dois carrinhos no 737) e o resto da tripulação fica lá na frente fumando, conversando, lendo jornal...Ontem, sentia lágrimas nos olhos e me segurava pra não estragar a maquiagem.



PERNILONGOS EM FLORIANÓPOLIS



19.02.99 Estou em Florianópolis. O dia estava lindo, mas só consegui dormir às 3 da manhã. O quarto estava cheio de pernilongos. Dormi até meio-dia e meia, hora de me arrumar para a apresentação às 13h30. Sem tempo pra nada em Florianópolis.



“MORO COM O MEU MENINO”

Neste mesmo vôo, tem um comissário loiro, alto, forte que diz que mora com o “menino dele”. Achei que fosse um filho, mas pasmem:

não era. Olhando pra ele, dava até para enganar que fosse homem. Em uma escala em Guarulhos, saiu do vôo, pois sente dores nos braços. A galley sou eu, portanto, todo esforço de carregar caixas de bebidas tem sido meu, o tempo todo. Como dizem por aqui, “essa Coca-cola é Fanta”.



OLINDA, LINDA!



20.02.99, sábado. Até que esse vôo tem sido bom. Não deu pra fazer nada em Florianópolis, mas em Recife, sim. Peguei um ônibus (R$ 1,20) e fui sozinha para Olinda, a 50 minutos da capital.As camisetas foram para meus sobrinhos Tarsila e Henrique. Meu sobrinho Ercyo me encomendou uma camisa do Esporte Recife e a minha irmã Noreley, uma rede. Conheci muita coisa, tirei fotos, comprei as camisetas e na volta a Recife, almocei camarão na Praia de Boa Viagem. Estou em uma escala, em Fortaleza. Daqui a pouco, Salvador e Rio, já às 2 da manhã. Durmo no apartamento em São Paulo e pela manhã vou para Santos.



TENTANDO DEIXAR A EMPRESA



Enviei curriculum para British Airways, Varig e Rio-Sul. Na semana anterior, estive em três grandes escolas de São Paulo, mas ainda me custa, apesar de tudo, deixar a aviação. Apesar, também, de minhas mãos estarem irreconhecíveis: ressecadas, apesar do creme; as unhas quebram e a pele descasca. Efeitos da pressurização do avião e do trabalho pesado a bordo.

Fiz um vôo com aquele mesmo comandante da aeronave que deu problemas e quase tivemos um pouso de emergência, aquele da pane no 767. Conversamos sobre isso hoje no café-da-manhã. Ele lembrava de mim, “claro”. Sabia até que eu tinha chorado. Rimos muito.



FOLGA EM RECIFE



É março, estou de folga e marquei com uma amiga de irmos para Recife. Combinamos de nos encontrarmos em Congonhas entre 8h15 e 8h30. Cheguei pontualmente, mas os minutos foram passando e ela não apareceu. Andei por todo o aeroporto, sentei, olhada para todo lado. Liguei para ela, só a secretária eletrônica atendia. Que nervoso. A última chamada para o vôo...Eu tinha que tomar uma atitude. Pensei:”vou deixar de ir a Recife de graça, só porque terei que ir sozinha? Ah, essa não!” Resolvi embarcar, o avião fez escala em Campinas antes de chegar em Recife.



SOTEROPOLITANOS



Meu último vôo foi um de quatro dias para Salvador. Uma colega de turma e eu fomos jantar e dançar no “Lagoa Mar”.Achei que alguns soteropolitanos são bem abusadinhos! Em cinco minutos de conversa, um rapaz pegou na minha mão, pôs a mão no meu ombro...Tive que cantar aquela música: “Peraê...peraê...peraê...tá pensando o quê?”Êta baiano facinho! Passou telefone, endereço...um dia lhe mandei dois cartões-postais de Santos, mas ele não queria só amizade. Na manhã de domingo, fui conhecer a Praia de Itapuã e já no outro dia eu estava em Belo Horizonte, onde comprei tecido para a mãe fazer uma blusa para ela.







FAZENDA EM SABARÁ – MG

A convite do comandante, fomos almoçar em uma fazenda em Sabará. A comida caseira mineira foi especial e, acreditem, naquela fazenda, as galinhas dormiam nas árvores...muito bonitinhas. E assim, ficamos todos conversando, mineiros e paulistas, “cabô o mundo” pra cá, “trem” pra lá...Aquelas expressões do nosso Brasil tão especial. No retorno para BH, o nosso comandante bateu o carro em uma placa que estava no meio da estrada. Chovia e era noite. Estávamos, graças a Deus, a 60km por hora e só o carro ficou bem arranhado. O pior foi que o policial mandou parar, o nosso comandante mostrou sua carteira de motorista, de piloto, o policial as colocou no bolso e saiu correndo para socorrer vítimas de um acidente. Aí, “cabo o mundo!” Acontece que ninguém ali estava com a carteira de motorista...só eu! Ai, ai , ai...senti que a coisa iria pegar pro meu lado. Depois de umas duas horas de conversa, os documentos foram devolvidos, e nosso comandante saiu dirigindo...conseguimos voltar a BH.



“RABUTOU GLEIDI?” “WHAT?”



Um dia uma funcionária da SATA (empresa que faz a limpeza dos aviões) falou para um comissário: “Rabutou gleidi?”O comissário,surpreso, achou que a senhora estava exibindo um pouco do seu inglês...nunca se sabe! Ele respondeu:”What?” A mensagem cearense foi decifrada depois: “Rabutou gleidi” significa “Já botou Gleid?” Ela só queria saber se o comissário já tinha usado do “bom ar” no toalete...



O CAIXÃO



Uma vez um caixão embarcou com a sigla MCO (Miami), ao invés de MCZ (Maceió). Pois é... o morto era para ser velado em Maceió, mas fez uma viagem derradeira para os States (quem resistiria?).Só que, claro, foi detido pela imigração norte-americana...não tinha visto de entrada! Quanta burocracia!









PERDERAM O VELÓRIO



Também tem a história de uma família que ia para o nordeste velar a mãe de alguém. Só que o vôo chegou ao destino e eles, desinformados, não desceram. A próxima etapa era Miami. Os atentos passageiros só perceberam a confusão quando ouviram o comissário dizer o tempo de vôo. Chegando em Miami, sem passaporte, sem visto, sem nada, tiveram que voltar...deportados! E por não ter vôo para retornar ao Brasil no mesmo dia, passaram por Amsterdam, Viena e chegaram ao velório uma semana depois! Parece piada,não?





“EMBRUIU”



Já faz algum tempo que fiz um vôo para Belém e, para variar, claro, ouço um “psiu, psiu, psiu”(alguém despressurizando). Aquilo me dava uma raiva! Cheguei perto e disse: “Adriana, por favor.” A passageira ficou sem graça, e disse: “Tem um “imbruiu”?” Eu: “Como, senhora?” Ela: “Um imbruiu.” Eu: “Ah, um embrulho?” Ela tinha um copo na mão...acho que queria levar o copo. Respondi que não tínhamos embrulhos a bordo. A mulher, então, apontou para a menina ao seu lado...seria para a menina o tal do embrulho.Adivinha o que ela queria? Uma manta para se “embrulhar”, se cobrir...Pois é...fiquei devendo a fita, o laço e o durex. Isso a TransBrasil realmente não tinha a bordo.



SONHOS DE LEVAR A LYARA AO RIO

SONHOS DE FERNANDO DE NORONHA



Na ida sozinha para Recife, vinha pensando que não queria mais sair da aviação. Poxa,tem um lado bom que é fascinante. A passagem para Recife custaria (1998) R$ 665,00. Eu estava tendo um privilégio para poucos. Logo, logo, a mãe tem descontos e penso em levar a Lyara, minha sobrinha, para ver a Xuxa no Rio. Quem sabe? Porém, vivo cansada e, por duas vezes, tive passagens para Fernando de Noronha e não pude ir. O vôo precisa estar bastante vazio na volta. Caso não esteja, o comandante não tem obrigação de levar-nos de volta a Guarulhos e daí, é muito simples: demissão na chegada!







RECIFE A PASSEIO



Assim que cheguei em Recife, a passeio, recebi uma mensagem no celular da minha amiga atrasadinha. Ela estava vindo no vôo seguinte, às 11h. Fiquei no aeroporto esperando por ela e fiz amizade com umas funcionárias do posto de informações. Muito engraçado, elas diziam:”Você precisa ir ao Recife antigo, lá está cheio de “gatíu” (gatinho)...Um barato, “vici”?” Minha amiga chegou e fomos comer camarão no Recife antigo.



PORTO DE GALINHAS

Na manhã seguinte, fomos a Porto de Galinhas. Tal nome se deve ao fato de que, após a abolição da escravatura, os portugueses continuavam trazendo escravos ilegalmente para o Brasil. Para isso,na parte de baixo dos navios vinham os escravos. Na parte de cima, para “cobrir” a ilegalidade, colocavam galinhas. Para aquele local os escravos eram trazidos, após escolherem os de melhores dentes. Quanta crueldade! O lugar, porém, é um paraíso, uma benção de Deus.Ao se chegar, não impressiona muito (fica a 1km de van,vindo de Recife). A grande sensação é andar de jangada (na época, 1999, cinco reais por pessoa). Podemos ver as piscinas naturais extremamente azuis, que se formam onde não há pedras e podemos também mergulhar para ver os peixes. Aliás, os peixes são quase que indescritíveis. São alguns azuis, grandes e nos rondam o tempo todo, principalmente se você dá pão a eles. Ficamos até meio-dia na jangada,com um sol lindo. Almoçamos peixe num restaurante por ali e depois, voltamos para o hotel entre 13 e 14h e pegamos o vôo Varig de 15h30.

PORTO ALEGRE



Hoje é domingo, 7 de março de 1999, e eu estou aqui no hotel com o resto do dia sem nada para fazer. Assim que entrei no quarto, comecei a me sentir só,mas tentei esquecer a solidão. Afinal,estou com o sono atrasado por causa de repetidas noites de poucas horas de sono. Dormir, dormir e dormir e quando acordo, a solidão bate mais forte. Porém, acordar às 4h15 da manhã, pois a apresentação é às 5h30.





RECIFE NO DIA SEGUINTE



Encontrei uma amiga da Rio-Sul e juntas fomos ao restaurante Chica Pitanga, onde tem muito camarão. Depois, fui para Olinda pela segunda vez.



12 DE MARÇO DE 1999



Hoje é um dia daqueles. Fiz o vôo 926, no qual tive que me apresentar às 2 da manhã em Guarulhos e só chega em Manaus,após pingar muito, entre 8h30 e 9h da manhã. Chove muito e a programação é dormir. Nem todo dia é dia de Recife, Salvador...

Pedi uma sopa de legumes e aqui estou. Ontem foi dia de blackout no Brasil inteiro e eu naquela escuridão, na porta do aeroporto de Congonhas, esperando o ônibus para Guarulhos. O motorista ainda disse: “êta moça corajosa!”.

É interessante aprender que a aviação provoca altos e baixos na vida da gente. É claro que os altos são fascinantes. Nunca vou esquecer a imagem debaixo d’água daqueles peixes coloridos, azulões, que nadavam naquela água transparente daquele paraíso que é Porto de Galinhas. A sabedoria é, na verdade, administrar os “baixos”, a solidão inevitável e as pessoas sem Deus, de mal com o mundo. Orar dá muita força. Procuro conversar com Deus, choro orando, me emociono de alegria e tristeza.











O ARTISTA QUERIA SER RECONHECIDO



Hoje, no café da manhã em Manaus, estava o Neguinho da Beija-Flor. A princípio, não o reconheci. Mas ele olhava para todos,como que pedindo reconhecimento...que chato.



“PSIU, PSIU”



Hoje, no vôo, vindo para Manaus, ouço do outro lado da passarela o terrível “´psiu, psiu”. Desculpe, não deu para ignorar.Cheguei e disse: “Meu nome é Adriana (estava na placa!!!!!!!!), senhora.Pois não?” Ela queria aprender a tirar o cinto de segurança. Mas que “psiu,psiu” o quê? Parece que está despressurizando!

Nesse vôo houve bastante turbulência, o que desta vez passava bastante insegurança...uma sensação de montanha-russa.



NO APARTAMENTO EM SÃO PAULO



Naquela semana precisei muito ficar em São Paulo, pois tive muita “reserva”. Poderia ser acionada a qualquer momento e, estando em Santos, não chegaria a tempo. Foi bom porque uma amiga estava em São Paulo também e na primeira noite fomos comer pizza. Na segunda, ela fez janta para nós no apartamento que dividia com amigas.



VITÓRIA E VILA VELHA



Estou na volta de um vôo para Vitória. Passei o domingo em Vila Velha com uma comissária colega de turma. Fomos à praia e almoçamos moqueca de camarão...beleza!

Ao passar pelo Galeão, vi Vera Fischer com o então namorado dela (Floriano) e o Tony Bellotto dos Titãs, uma simpatia de pessoa. Saiu do vôo cumprimentando todos e com um sorriso no rosto.



BRASÍLIA E O AVIÃO COM VAZAMENTO DE COMBUSTÍVEL



Estou em Brasília, sem saber para onde vou. O destino era Manaus (como sempre!), mas ao chegarmos em Brasília (BSB), soubemos que o avião estava com vazamento de combustível. Desembarcaram todos, inclusive os tripulantes e o avião foi rebocado. Acordei às 2h45 da manhã para me apresentar em Guarulhos e pegar o Translitoral (ônibus que sai de Santos para os aeroportos em São Paulo) às 4 da manhã. Que dureza! Claro, estou morrendo de sono! Já sabemos que só podemos voar até as 18h. Como são 15h40,acho que não trabalho mais por hoje. Tomara!





GRIPE BRAVA



No último sábado, dia 28/3/99, na última etapa do vôo Buenos Aires – Porto Alegre, comecei a me sentir mal. A gargante doía demais. O chefe, Alexandre Batista, me deixou sentar e descansar. Ao chegar em Porto Alegre (POA), o chefe e eu fomos direto para o hospital. Eu tinha quase 40 graus de febre, dores pelo corpo inteiro, além da garganta que estava inflamada.Me deram duas garrafas de soro, três injeções, 1 voltarem e 3 Tylenol. E a febre não cedia...parecia que eu ia morrer. Ficamos no hospital das 19h30 até 23h, pois eu estava o tempo todo no soro. Por volta das 21h, como de costume, liguei para a mãe e disse:” Mãe,está tudo bem...não liguei antes porque fui jantar”. Como podia dizer a verdade? Meu namorado na época me telefonou e já sabia do que tinha acontecido. Ele havia ligado por duas vezes para o hotel e disseram a ele que eu tinha sido hospitalizada, mas não sabiam o porquê nem onde eu estava.Claro que ele pensou o pior...acidente aéreo. Pela manhã, acordei com gosto de água do mar na boca...de tanto soro. Voltei de “extra” (como passageira) para Guarulhos e aquele meu namorado foi me buscar. Ele esperou do meio-dia até 15h45, quando o vôo finalmente chegou. Almoçamos e ele me levou ao Hospital Ana Costa, em Santos. Graças a Deus o médico me tirou do vôo horroroso para Manaus, me receitou Amoxil e me deu dois dias para eu me recuperar.





BRASÍLIA SEM DESTINO



São 16h e não sei o que vão fazer de nós...tudo depende da escala.Sentados no aeroporto e sem destino! Queria retornar para São Paulo, pois estou com saudades. Decidiram nos mandar para o hotel em Brasília mesmo. Resolvi que iria tirar o melhor disso. Tirei o uniforme, peguei um táxi e fui ver o pôr-do-sol e a lua imensa e clara perto da Catedral de Brasília. Uma construção linda! Entrei, orei, vi os anjos no teto e comprei cartões. Depois, andei até o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal). No caminho, passei por vários ministérios. Na Câmara, já havia se encerrado o expediente, mas eu pude conhecer o Salão Verde (onde os deputados dão entrevistas) e, como havia ainda um segurança na Câmara, pedi para entrar e ele tirou fotos de mim. As galerias (onde ficam as pessoas para assistir às votações) foram cobertas por vidros...medidas pós-impeachment...quem deve teme, não é?

Foi naquela sala grande que o impeachment contra o Collor foi decidido. Na TV parece que o lugar é bem maior. Não é tanto, apesar do funcionário ter me dito que cabem por volta de 400 deputados ali.Na volta, quis pegar um táxi, mas os táxis comuns são caros demais. Saí pela lateral do Congresso, passei pela frente do “lago” e confesso que fiquei com medo, pois já era noite e não havia quase ninguém por ali. Pedi informação a um rapaz que saía do Congresso. Ele tinha um crachá da Revista Época. Gentil, me ofereceu carona...Eu olhei meio assim, tive medo. Ele percebeu , me mostrou o crachá e se identificou como motorista da revista. O moço parecia mesmo ser de respeito (ai, meu Deus!). O carro também era da Revista...o que poderia não melhorar em nada, mas enfim, era ficar ali ou arriscar.

Generoso,ele ainda passou pelo Palácio da Alvorada para me mostrar a rampa que o presidente sobe e o escritório onde despacha. À medida que passávamos pelos prédios, ele me explicava o que eram. Então ele me deixou no shopping próximo do hotel. Agradeci a gentileza e respeito.

No shopping, fui jantar. Comi filé de salmão pela primeira vez! Quem estava tocando lá naquela noite, era o pianista Arthur Moreira Lima. Na verdade, ele estava no nosso vôo quando chegamos a Brasília.

Mais tarde, nosso chefe avisou que sairíamos de Brasília às 3h30 da manhã e, assim, mais uma vez acordei às 2h30. São 6h30 e estou em Guarulhos à espera do ônibus para Santos. Só que o ônibus não apareceu e tive que me virar.Só pisei em casa às 11 da manhã, tendo ousado às 5h30. É mole?