Posted: 25 Aug 2010 07:30 PM PDT
Extraído do site http://www.englishexperts.com.br/
Depois de ter escrito o primeiro texto sobre a contratação de "professores qualificados" e a hora aula que pagam, tenho de dar continuidade ao tema. O post de hoje deveria ter o seguinte título: O Outro Lado da Moeda. Afinal, é preciso entender porque muitos donos donos de escola (e eu conheço vários) não conseguem pagar um pouco mais aos professores. É preciso entender que os pontos complicadores são: 1) mercado de ensino de idiomas e 2) falta de consciência dos consumidores.
Por mercado de ensino de idiomas me refiro a duas coisas: 1) carga tributária e 2) competição injusta e desonesta que rola entre as tantas escolas de inglês no Brasil. Todos sabem que a carga tributária em nosso país é um absurdo. Logo, o peso fiscal é um dos grandes contribuintes para que muitos donos de escola paguem menos pela hora/aula. Afinal, quanto maior o valor registrado em carteira, maior os impostos a serem pagos. Assim, a lógica é: pago menos para não sofrer com os impostos.
Como se não bastasse, a concorrência desleal também atrapalha e muito. Para exemplificar, imagine duas escolas. A Escola ABC Idiomas é um curso sério, responsável, focado no aprendizado e melhor atendimento do seu público. O dono da ABC Idiomas oferece cursos e treinamentos a seus professores e incentiva ao máximo o desenvolvimento profissional constante de sua equipe. Além disso, ele procura oferecer excelente serviço aos seus clientes. Na contramão temos o Cursinho XYZ Inglês. Um cursinho nada sério. O dono desse cursinho se preocupa apenas em ter mais alunos e ganhar avidamente mais dinheiro. Os professores estão lá só para enfeitar a escola (sem treinamento, sem aperfeiçoamento, sem reuniões, sem compromisso, sem comprometimento etc.).
A Escola ABC Idiomas, que procura fazer tudo certo (inclusive registrando os professores em carteira) cobra por seu curso (estrutura, serviço e excelência) o valor de R$140,00 por mês. Já o Cursinho XYZ Inglês cobra a bagatela de R$60,00 (talvez menos). Nesse momento surge o terceiro fator: a falta de consciência da maioria dos consumidores.
Como os consumidores acham que cursinho de inglês é tudo igual (muda só o nome e o preço) matriculam-se no curso mais barato. Ou seja, naquele xexelento que cobra só R$60,00 por mês e não tem nada de profissional. Aqui a sentença do meu amigo inglês cai como uma luva mais uma vez: you pay peanuts, you get monkeys. Ou seja, se o cliente paga menos, leva um produto inferior, sem qualidade e sem garantia de resultados futuros.
Os clientes (alunos, pais e responsáveis) não querem pagar R$120,00 (ou mais) e ainda correrem o risco de serem reporvados no curso de inglês (estão pagando, portanto tem de passar de qualquer jeito). A Escola ABC Idiomas, uma escola séria e comprometida com o ensino e a qualidade, tem perfil pedagógico arrojado. Nela se o aluno não for bem reprova. Já no Cursinho XYZ Inglês (bagunçado, sem comprometimento com o cliente e que ofecere inglês a preço de banana) os alunos passam de qualquer jeito (sempre se dá um jeitinho para que o péssimo aluno chegue ao nível avançado falando um inglês sofrível). O cliente prefere se iludir na promessa de inglês por R$60,00 do que se arriscar no de R$140,00 e levar bomba.
Resumindo: a Escola ABC Idiomas decide baixar os preços, pagar um valor baixo pela hora/aula aos seus professores, investir menos no material etc e assim não fechar as portas. O Cursinho XYZ Inglês não leva nada a sério mesmo (nem os professores), portanto, vai pagar uma hora aula ridícula; afinal, "professor de inglês qualificado" se arruma em qualquer esquina.
Para finalizar, se o público em geral acha que inglês se aprende em qualquer escolinha e faz a sua escolha de curso de inglês baseada no preço, a culpa pelo péssimo ensino e hora/aula baixa dos professores é de quem? Se esse mesmo público acredita em tudo que falam a eles sobre aprender inglês em menos de 10 meses ou em 8 semanas etc, a culpa pelas falhas de ensino é de quem, afinal? Fica o espaço para comentários! Agora, quero ouvir o pessoal que está do outro lado. Não critico os donos de escolas sérias que lutam para oferecer o que há de melhor ao público (alunos e professores), para esses eu tiro o chapéu e dou uma salva de palmas. Acreditem no trabalho de vocês; as pessoas querem Qualidade e certamente correrão até vocês na hora certa (ou errada).
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